Docente da UMinho não acredita em cenário de “no deal”

A especialista do Centro de Investigação em Ciência Política da Universidade do Minho (CICP) não acredita num cenário de “no deal” entre a União Europeia e o Reino Unido. A concretização do Brexit, acontece esta sexta-feira a partir das 23h00, no entanto ainda existe uma longa caminhada até este dossiê estar concluído.


Sandra Dias Fernandes defende que é do interesse de ambas as partes, Reino Unido e União Europeia, chegar a um acordo, principalmente no que toca a uma política de livre comércio. Na perspectiva da docente da academia minhota, os dois intervenientes têm muito a perder com este processo. No caso da UE, destaque para as problemáticas relacionadas com a economia, defesa e segurança. “A União Europeia perde capacidade de forma nítida”, alerta.

Quanto ao cenário de “no deal”, muito frisado nos últimos dias, Sandra Dias Fernandes defende que esta possibilidade foi utilizada “num sentido de chantagem para a a saída”. Ora, tendo em conta o contexto actual “não me parece que este seja favorável a que ambas as partes não cheguem a um acordo”, analisa.  

À RUM, a professora da Escola de Economia e Gestão apelida o Brexit como um verdadeiro “terramoto político no futuro da UE”. Agora, defende, é tempo de aproveitar oportunidades. “A UE tem de pensar em reformas e, sobretudo, em formas de melhor comunicar com os seus cidadãos. Apesar do drama do Brexit existe aqui um sentido de oportunidade para os políticos de colocarem a UE na mente e no coração de cada europeu. Isto para que este continue a ser um projecto de paz”, declara. Só desta forma será possível compreender qual o “denominador comum europeu”. 


Sandra Dias Fernandes considera pouco provável que o Brexit tenha “irmãos”, uma vez que foi o culminar de todo um “contexto de ideias políticas populistas”.

Na área da educação e investigação a investigadora acredita que é do interesse do Reino Unido manter o actual modelo de circulação. “Pelo menos até ao final de 2020 não existem alterações, mas tudo vai depender do acordo estabelecido”, frisa.  


Quanto aos emigrantes, são já 230 mil os portugueses que se registaram. Segundo dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros haverá cerca de 300 mil a viver em terras de sua majestade, o que significa que a maioria já completou o processo. A investigadora da academia minhota adianta que este é o primeiro passo para a estabilidade na vida dos que procuraram o Reino Unido para trabalhar e viver. “As verdadeiras consequências serão pós 2020, mas desde que os portugueses estejam registados e sejam residentes anteriores à data do Brexit não muda nada”, conclui. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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Sara Pereira
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