Especialistas estudam impacto do tratamento à Covid-19 na qualidade da água
O impacto dos fármacos administrados à população para o combate à Covid-19 na água está a ser estudado no projecto europeu IWATERMap, do qual faz parte o Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho.
O projecto, que, além do CEB, inclui organismos e instituições da Grécia, Espanha ou Letónia, tem o objectivo de procurar estratégias para tornar mais sustentável a gestão e a qualidade da água. Uma das preocupações actuais de todos os parceiros está relacionada com a poluição e passa por “perceber até que ponto é que as acções de combate à Covid-19 vão ter impacto no ciclo urbano da água” revela à RUM Madalena Alves, directora da unidade de pesquisa do CEB, alertando que “todos os desinfectantes e fármacos administrados à população em geral vão acabar necessariamente nas linhas de água”.
O projecto europeu está a estudar o modo “como as estações de tratamento têm ou não capacidade para funcionar como barreira à posterior disseminação das substâncias” presentes nos fármacos.
Além do impacto das acções de combate à Covid-19 na água, o projecto quer encontrar soluções eficientes para o uso da água no sector agro-alimentar. O CEB, em parceria com empresas como a Agere, de Braga, ou a Águas do Norte, vai estudar de que modo “o valor acrescentado dos efluentes pode ser usado nas regas do ciclo industrial do sector”.
De resto, o projecto IWATERMap já aprovou uma plataforma tecnológica desenvolvida por Paulo Novais, do Centro de Investigação Algoritmi, que tem como parceiros o próprio CEB e a Águas do Norte. A ferramenta, denominada PAMWater, vai “desenvolver modelos de previsão para optimizar sistemas de tratamento e de abastecimento de água na região Norte, implementando técnicas de inteligência artificial”. “Vai permitir perceber como é que as redes de tratamento de água vão funcionar no futuro”, esclarece Madalena Alves.
