“Espero que o Governo olhe para o exemplo de Braga no investimento em necessidades específicas”

A Câmara Municipal de Braga (CMB) prevê investir mais meio milhão de euros na área da Educação para garantir mais respostas às crianças com necessidades específicas no decorrer do presente ano letivo. Em entrevista ao Campus Verbal, a vereadora da Educação, Carla Sepúlveda, diz esperar que a iniciativa municipal sirva de exemplo para o governo. Tudo começou quando ainda antes do final do ano letivo anterior, um conjunto de pais começou a apresentar várias reivindicações nas reuniões de executivo e nas assembleias municipais. Exigiam uma resposta mais completa a estas crianças, de forma particular nas pausas letivas e na ocupação de tempos livres após o horário letivo. Com vários posicionamentos públicos e políticos, o executivo municipal comprometeu-se a encontrar uma solução, ouvindo até os partidos da oposição, CDU e PS.

Admitindo que “nunca será um problema resolvido”, Carla Sepúlveda espera que este investimento “seja a rampa de lançamento para que a tutela olhe para o exemplo de Braga como um exemplo de um esforço muito grande da autarquia”. “Que se olhe para esta questão de forma mais direta, com uma intervenção que faça a diferença na vida das crianças e das suas famílias”, apelou.

Carla Sepúlveda denuncia diferentes falhas, nomeadamente o atraso na identificação das necessidades de cada criança. “Muitas destas crianças, quando chegam aos jardins de infância, ainda não têm os relatórios técnico-pedagógicos devidamente identificados com a necessidade associada e isto acresce a nossa responsabilidade porque, depois, em termos de atividades de apoio à família, é necessário ter um número suficiente para acompanhar a criança com a necessidade que ela tem”, lembra. Em muitas situações, a dependência das crianças é de 80%, 90% ou 100%, o que exige mais dos operacionais contratados.


Carla Sepúlveda admite ainda que quase todos os dias surgem pedidos para crianças sem qualquer autonomia, dificultando a tarefa diária destes profissionais e a gestão que é feita pelos próprios agrupamentos em articulação com a autarquia.

No arranque deste ano letivo, a autarquia contratou mais 32 operacionais, comprometendo a um investimento extraordinário de 500 mil euros para este ano. “São 32 operacionais e temos as reservas de recrutamento quase esgotadas. Há muita procura de trabalho, mas muitas vezes temos dificuldades em encontrar as pessoas certas para os lugares certos”, disse ainda a vereadora que admite que continua a não ser uma resposta “fácil de montar” já que não existe o conceito de escola a tempo inteiro a partir do 1º ciclo.


Até ao final deste ano a autarquia prevê abrir uma nova bolsa de recrutamento.


OUVIR A ENTREVISTA COMPLETA A CARLA SEPÚLVEDA

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Elsa Moura
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