Estudantes alertam para pagamento das propinas e sobrecarga de trabalho

A plataforma Quarentena Académica está em protesto em todo o país, pedindo medidas concretas para o Ensino Superior. O movimento entrega esta quinta-feira ao Governo, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, onde está a decorrer o Conselho de Ministros, mais de 300 queixas feitas por estudantes.

A manifestação decorre também junto a várias instituições de Ensino Superior, de norte a sul. No caso da Universidade do Minho, a acção aconteceu esta manhã, durante meia hora, em frente à reitoria, em Braga, na qual marcaram presença três pessoas. Uma delas foi o representante distrital da Quarentena Académica. António Soares explica que as principais queixas que o movimento tem recebido relacionam-se com dificuldades em pagar as propinas (23%) e sobrecarga de trabalho (18%), tal como foi retratado num dos cartazes utilizados.

Num universo superior a 300 queixas, cerca de 17% alerta para a falta de consonância nos programas utilizados pelos professores para leccionarem as aulas. “Temos recebido muitas queixas acerca das diferentes plataformas que cada professor usa para dar aulas online. Não há uma legislação para isso”, refere.


De acordo com o aluno da licenciatura em Geografia e Planeamento na Universidade do Minho, as reivindicações estendem-se aos mestrados e doutoramentos e, inclusivamente, ao ensino secundário. Por um lado, estas queixas estão relacionadas com “as dificuldades que os estudantes de mestrado e de doutoramento estão a ter em terminar as respectivas teses”.


No caso do secundário, nomeadamente no ensino profissional, António Soares refere que “há alunos que não estão a conseguir concluir os estágios que são necessário para terminar o curso”. “Veem-se um bocado prejudicados porque depois não podem concorrer ao Ensino Superior. Não vamos só dar soluções para o ensino regular. Os ensinos profissional e artístico têm também muitos alunos que querem concorrer ao Ensino Superior e que estão a ver o seu futuro travado por causa da pandemia e por falta de soluções por parte do Governo”.



Quarentena Académica critica falta de respostas do Governo


Garantindo que a plataforma quer ser “parte da solução e não do problema”, o representante distrital pede ao Executivo que dê “respostas concretas às queixas apresentadas”. “O Governo é que tem a obrigação de tomar medidas e apresentar propostas. Nós estamos apenas a dar voz aos estudantes”. 


Nesse sentido, António Soares explica que as mensagens que estavam visíveis nos outros dois cartazes simbolizam a inacção dos governantes. “A imagem simboliza uma mensagem no Whatsapp ao ministro, em que Manuel Heitor responde com o emoji que significa ‘não sei bem o que fazer’. É uma metáfora para o que tem acontecido na verdade. Mandamos uma carta aberta ao ministério e não houve qualquer resposta”, lamenta. 

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Tiago Barquinha
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