Estudantes reclamam mais bolsas, residências, cantinas e o fim da propina

Mais bolsas, fim da propina, mais residências universitárias e cantinas são algumas das reivindicações dos estudantes do Ensino Superior (ES) que começaram já esta quinta-feira, véspera do Dia Nacional do Estudante, a assinalar a data. A Universidade do Minho é uma das instituições onde os alunos se manifestam publicamente. Ainda que com uma adesão residual à ação que decorreu pelas 13h00 junto ao Prometeu, no campus de Gualtar, ouviram-se diferentes reivindicações e palavras de ordem dirigidas à Ministra do Ensino Superior, Elvira Fortunato e ao governo de António Costa. A reitoria da UMinho também foi alvo de alguns reparos. A ação repete-se pelas 16h00 no campus de Azurém, em Guimarães.
Os alunos da UMinho alertam para problemas transversais no ensino superior e a situações concretas da instituição minhota, nomeadamente o estado atual de algumas residências universitárias e o número insuficiente de cantinas. Ouvida pela RUM, a porta-voz do movimento que hoje protesta na academia minhota, Inês Castro diz que ainda “há barreiras no ensino superior” e alerta para a falta de camas nas residências universitárias. Ainda neste aspeto, a estudante, que se candidatou à direção da AAUMinho em dezembro passado, volta a exigir a “melhoria das condições” das residências atuais.
“Estamos aqui para lutarmos pelo fim da propina que continua a ser um entrave para muitos alunos permanecerem ou mesmo entrarem no Ensino Superior. Estamos aqui contra as barreiras que ainda são impostas no ES. Acreditamos num Ensino Superior democrático, de qualidade e gratuito para todos”, afiança. Sobre o preço da refeição social na UMinho – 2,70euros, – a estudante admite que são necessárias mais bolsas para cobrirem despesas de alimentação.
A ação de luta que aconteceu pelas 13h00 no campus de Gualtar foi pouco participada, no entanto a estudante refere que tal não é sinónimo de resignação da comunidade académica. “Os estudantes sentem os problemas, mas não há tempo para muita coisa, os estudantes têm aulas, mas de uma forma geral querem vir à luta e estão mobilizados. A luta faz-se em vários dias, durante o ano”, refere.
Complexo Pedagógico II com muitos estudantes de marmita à hora de almoço
“Estou com fome, quero comer. Estou com fome quero comer. Com esta fila não consigo, com fome eu estou, com fome eu fico!”, cantavam no exterior do CPII. Um cântico entoado pelos alunos presentes na ação de luta que alude a cantinas lotadas na instituição e talvez por essa razão, ao mesmo tempo que uns se manifestavam no exterior, dezenas de alunos almoçavam no interior do edifício (CPII) envergando as respetivas marmitas, espalhados pelos bancos daquele edifício.
Junto aos microondas instalados no recinto, destaque também para longas filas de espera, à semelhança do bar.
