Mais de 70% dos alunos do ensino profissional conseguem emprego no prazo de 2 anos

O ensino profissional está a baixar as taxas de abandono escolar, a promover a inclusão social e a dinamizar o tecido empresarial português. Estas são as conclusões da mais recente investigação da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), sobre o impacto dos cursos profissionais em Portugal.

No início do século XXI, a média de alunos inscritos num curso de ensino e formação profissional era de 28%, número que contrastava bastante com a média dos 27 países da União Europeia (UE), que batia os 52%.

Atualmente, 40% dos alunos inscritos no secundário estão no ensino profissional, um número mais próximo da média da UE, que ronda os 50%.

De acordo com o estudo, num momento inicial, o apoio financeiro do Fundo Social Europeu foi fundamental para implementar novos cursos, ainda que a necessidade de diversificar a oferta educativa e a extensão da escolaridade obrigatória, que só chegou em 2009, tivessem atrasado a evolução positiva, que se notou mais tarde. A taxa de adesão aos cursos profissionais atingiu o seu ponto mais alto no ano letivo 2013/2014, com 45%.

No caso português, os resultados positivos mais significativos relacionados com a expansão do ensino e formação profissionais são:

• O aumentou dos casos de conclusão do ensino secundário, com a taxa de retenção a descer para os 10% no ano letivo 2022/023;

• A diminuição das taxas de inatividade dos jovens adultos com idades entre os 25 e 34 anos, que em 2023, era de 5.6%, muito abaixo da média dos jovens provenientes do ensino científico-humanístico que se situava nos 10.6%.

• Um aceleramento da transição para o mundo do trabalho e o aumento dos salários.

A investigação da FFMS focou-se, também, neste aumento do emprego dos formandos, bem como na criação de novas empresas nos setores de atividade económica, e a sua relação com a expansão significativa dos novos cursos profissionais, desde 2006, nos diversos municípios de Portugal continental.

• 72% dos alunos que concluíram o ensino secundário profissional conseguem empregar se no prazo de 1 a 2 anos, contrastando com apenas 56% dos alunos que concluíram o ensino secundário nos cursos cientifico-humanísticos;

• Existe um impacto positivo na criação de emprego relacionado com os cursos ativos, que ronda os 20%, dentro de cada região. No entanto, os alunos que concluem os cursos profissionais acabam por trabalhar fora da sua área específica de formação;

• Apesar disso, o ensino profissional “dinamiza significativamente o empreendedorismo” e contribui para a criação de empresas que tendem a surgir no prazo de 3 a 5 anos desde a entrada dos alunos no mercado de trabalho.

Os autores deixam, por fim, várias recomendações políticas para que Portugal acompanhe o atual contexto europeu, marcado por novos investimentos no ensino profissional, das quais se destacam o alinhamento dos programas do ensino profissional com as necessidades do mercado de trabalho, a promoção do empreendedorismo através do programas e a melhoria da imagem pública do ensino e formação profissionais.

O estudo completo pode ser lido aqui.

Escrito por José Silva Brás, editado por Liliana Oliveira

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