Eurodeputada do PCP critica plano de apoio da UE em visita à Cruz Vermelha de Braga

A eurodeputada do PCP, Sandra Pereira, visitou esta quarta-feira as instalações da Cruz Vermelha de Braga e deixou críticas à União Europeia em relação ao anunciado plano de ação para o Pilar Europeu dos Direitos Sociais, que será concretizado na Cimeira Social do Porto, a decorrer na sexta-feira e no sábado.

O plano de ação, apresentado pela Comissão Europeia em março, propõe-se a atingir, até 2030, metas como a empregabilidade de pelo menos 78% das pessoas da União Europeia ou a redução do número de pessoas em risco de exclusão social ou de pobreza em pelo menos 15 milhões de pessoas.

Aos jornalistas, a parlamentar europeia referiu que as medidas refletidas do plano “são apenas um rol de boas intenções” e que “esbarram na realidade da própria União Europeia e dos constrangimentos orçamentais que a mesma impõe aos Estados-membros”.

Sandra Pereira assinalou que um pequeno exemplo da realidade que quis ilustrar foi-lhe transmitida na visita desta manhã à Cruz Vermelha de Braga.

“Disseram-nos que muitos dos planos da União Europeia não têm em conta a realidade: por exemplo, são oferecidos alimentos congelados às pessoas mais frágeis, que depois não têm forma de os conservar”, disse a eurodeputada, aproveitando para recordar que o número de pessoas em situação de pobreza na Europa registado em 2019, e ainda não tendo em conta a pandemia da Covid-19, é de 750 mil, o qual representa “um aumento de 70% face a 2009”.


O presidente da delegação da organização humanitária de Braga, Armando Osório, confirmou o testemunho e assinalou que a visita da eurodeputada foi “útil” porque “é no Parlamento Europeu onde se discutem apoios aos mais fragilizados”, lembrando que “há muitos planos assistencialistas europeus que têm graves problemas”.

“É preciso que o município aposte em estratégias sociais”

Bárbara Barros, candidata da CDU à Câmara de Braga, acompanhou Sandra Pereira na visita e usou o encontro para deixar reparos à atuação da autarquia na área social.

“É preciso que o município aposte em estratégias municipais sociais que sejam capazes de acompanhar as famílias mais fragilizadas”, começou por dizer, apontando à implementação de “equipas e soluções multidisciplinares que ajudem essas pessoas na procura ativa de emprego ou na escola”.

A candidata às autárquicas enalteceu a importância da Cruz Vermelha no apoio aos mais carenciados mas alertou que a organização humanitária continua a “arcar com todas as responsabilidades sociais no concelho e no país, porque Braga não é situação única”.

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Pedro Magalhães
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