Ex-presidentes da AAUMinho sugerem análise da abstenção por ciclos de ensino

A elevada taxa de abstenção nas eleições para os órgãos sociais da AAUMinho não é de agora.

Na última década, o valor mais alto foi registado em 2011, ano em que Luís Rodrigues foi reeleito presidente da direção. Na altura, a abstenção foi de 89%. Luís Rodrigues foi, precisamente, um dos convidados da emissão especial da RUM, ontem à noite, que contou ainda com Carlos Alberto Videira e Pedro Soares.

O ex-presidente da AAUMinho, em 2010 e 2011, acredita que “nestes últimos dois anos terá sido particularmente difícil promover a proximidade aos estudantes e o seu envolvimento em iniciativas”, fruto da pandemia da Covid-19. Ainda assim, Luís Rodrigues lançou outras justificações para o fenómeno, nomeadamente “se os estudantes se reveem ou não no projeto”. “Podemos dizer que os estudantes não se sentem próximos e não vão votar, como também se pode dizer que se sentem confortáveis e não vão expressar um voto noutro sentido”, argumentou ainda.

Carlos Videira, presidente da AAUMinho entre 2013 e 2015, considera importante analisar a abstenção por ciclos de ensino, uma vez que “os 18 mil alunos inscritos nos cadernos eleitorais não têm todos o mesmo grau de relacionamento com a Universidade”. “Uma abstenção de 90%  no 1.º ciclo é muito mais preocupante do que uma abstenção de 90% no 3.º ciclo, onde temos alunos que não estão na universidade e para quem a  vida académica se resume à relação com o orientador, sendo normal que não se sintam mobilizados para se envolverem no processo eleitoral”, referiu ainda. A ideia é partilhada por Luís Rodrigues. Já Pedro Soares, presidente da AAUMinho entre 2007 e 2009, diz que o combate à abstenção deve ser feito desde o dia seguinte ao ato eleitoral. “É desde o primeiro dia que se combate a abstenção, numa oposição que se deve manter constante ao longo do ano, num trabalho que envolva os estudantes desde o primeiro ano”, afirmou o antigo dirigente. 

A emissão especial da RUM pode ser ouvida aqui.