Explosão em Beirute provoca morte de 100 pessoas e quatro mil feridos

Uma forte explosão abalou esta terça-feira à tarde a capital do Líbano, Beirute. Os mais recentes números, atualizados pela Cruz Vermelha local, dão conta de 100 mortos e perto de 4.000 feridos.
“As nossas equipas continuam as operações de busca e salvamento nas áreas circundantes”, informou a Cruz Vermelha libanesa, citada pela agência Reuters.
De acordo com o primeiro-ministro, Hassan Diab, 2.750 toneladas de nitrato de amónio estariam guardados naqueles depósitos no porto da capital e que podem estar na origem das explosões.
O Governo de Lisboa já informou que não há registo de qualquer vítima de nacionalidade portuguesa e segundo a associação Amigos de Portugal-Líbano, a comunidade luso-libanesa, que na sua maioria concentra-se no bairro de Acharfieh sofreu sobretudo de destruição de casas ou apartamentos, havendo a registar alguns feridos devido à explosão de vidros e janelas e outros objetos.
Após uma reunião de emergência do Governo, o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, prometeu que os culpados pela explosão no “perigoso” armazém do porto de Beirute serão responsabilizados. Foi declarado o estado de emergência por duas semanas.
Segundo testemunhas à Reuters, a força da explosão estilhaçou vários vidros em fachadas de prédios e fez colapsar algumas varandas.
“Vi uma bola de fogo e fumo sobre Beirute. As pessoas gritaram e correram, a sangrar. Houve varandas que caíram dos edifícios. As janelas dos edifícios mais altos estilhaçaram-se e caíram para a rua”, descreve uma testemunha à Reuters.
A agência Líbano NNA e duas fontes das forças de segurança locais dizem que a explosão ocorreu numa zona do porto de Beirute onde há armazéns com material explosivo, avança a Reuters.
Segundo um órgão de comunicação social de Beirute, o diretor da alfândega libanesa disse que expodiram várias toneladas de nitrato de amónio.
O primeiro-ministro libanês já lançou um apelo a pedir ajuda. Os Estados Unidos já disseram que estão a acompanhar de perto o que se passou e disponibilizaram-se para ajudar no que for possível. França, que tem uma relação próxima com o Líbano, também já ofereceu ajuda, bem como vários países do Médio Oriente.
Os primeiros indícios parecem apontar para um acidente. Elijah Magnier, um jornalista que cobre conflitos no Médio Oriente, disse na sua conta de Twitter que não se tratou de um atentado, mas da explosão de um contentor com fogo de artifício. As imagens disponíveis mostram claramente que há um incêndio de grandes dimensões e que parecem ser essas chamas que causam a enorme explosão que se seguiu.
O Líbano tem atravessado um período de grande instabilidade política e de crise financeira. Um dos principais partidos e forças militares no país é o Hezbollah, um movimento político e paramilitar xiita, alinhado com o Irão, que se encontra em permanente estado de conflito com Israel, o que contribui para a instabilidade.
*Rádio Renascença
