Fábrica Confiança tem sido refúgio para cidadãos com dependências

A antiga Fábrica Confiança tem sido utilizada por cidadãos com dependências de álcool e drogas, com relatos de moradores nas imediações que se manifestam preocupadas com o estado de degradação a diferentes níveis. A questão foi denunciada esta sexta-feira pelo presidente da Junta de Freguesia de S. Victor, Ricardo Silva, durante uma conferência de imprensa realizada à porta da antiga saboaria da Rua Nova de Santa Cruz para tomar posição pública face às recentes notícias que dão conta do risco de perda dos fundos do PRR, decorrente da contestação do grupo ABB à decisão do júri que adjuficou a obra da residência ao grupo Casais.
O presidente daquela junta de freguesia alertou que o imóvel classificado e que está em avançado estado de degradação é “invadido por pessoas com problemas de adições várias promovendo um clima de insegurança na comunidade”. “Teme-se pelo risco de incêndio e pela possibilidade deste espaço servir como refúgio de meliantes”, denunciou.
“Não pode ser aceitável assistirmos à degradação do imóvel e a situações que causam insegurança à vizinhança”, vincou ainda aquele presidente de junta.
Os moradores reclamam há mais de vinte anos por obras de regeneração que envolvam a rua Nova de Santa Cruz, a Quinta da Armada.
“Não queremos que a Confiança seja ruína, mas um ativo de valor”, sustentou ainda o presidente da Junta de Freguesia de S. Victor.
Recorde-se que o presidente do Município de Braga criticou publicamente a atitude do grupo ABB nesta matéria, manifestando preocupação com o risco de perda de fundos cruciais para o desenvolvimento do projeto que resultou de um compromisso com a Universidade do Minho. Também o reitor, Rui Vieira de Castro, e a presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, Margarida Isaías, já vincaram a preocupação da instituição e dos estudantes com esta situação na expetativa de que surja rapidamente uma decisão do tribunal quanto a este processo, já que também disso dependerá a execução da empreitada de grande envergadura que resultaria na disponibilização de mais de 700 camas em Braga para estudantes universitários.
