Falta de computadores não abala preparação de ensino à distância

Estar presente à distância com a agravante de faltarem computadores nas escolas. É desta forma que os diretores dos Agrupamentos de Braga estão a preparar o regresso ao ensino, que tudo indica, será através das plataformas digitais.
Aos microfones da RUM, foi unanime que estão confiantes quanto ao sucesso do ensino à distância. Contudo, denunciam a falta de apoio do Ministério da Educação que continua sem fazer chegar às escolas os computadores prometidos e que são fulcrais nesta fase tão exigente para o ensino português.
Os diretores dos Agrupamentos de escolas Alberto Sampaio, André Soares, Carlos Amarante e D. Maria II defendem que o executivo central deveria ter tomado medidas mais cedo, nomeadamente, colocar os alunos dos ciclos mais avançados em ensino à distância.
No Agrupamento D. Maria II estão em falta entre 200 a 240 computadores.
Está “tudo organizado” no Agrupamento de Escolas D. Maria II para iniciar as aulas à distância. Porém, João Dantas sublinha que os computadores prometidos pelo Ministério estão a chegar a conta gotas. O agrupamento recebeu, até ao momento 150 computadores para os alunos do secundário, quase o mesmo montante disponibilizado pelo Município de Braga, 140, para os jovens do 1º ao 9º ano de escolaridade.
O diretor alerta para a necessidade gritante de “reforçar a rede informática” das escolas, visto que os equipamentos estão “decadentes”.
Para João Dantas assim que seja possível, devido à questão pandémica, as crianças até aos 12 anos deveriam regressar ao ensino presencial
Zero é o balanço de computadores disponibilizados pelo Ministério ao Agrupamento André Soares.
A diretora Maria da Graça Moura anuncia que os únicos 100 equipamentos que chegaram ao agrupamento foram atribuídos pela Câmara Municipal de Braga. Atualmente, a solução passa por emprestar aos alunos e docentes que necessitem de apoio, os computadores que existem nas bibliotecas das escolas.
Neste agrupamento, as aulas à distância serão o mais presenciais possíveis, ou seja, as rotinas serão para manter.
“Facilmente se adaptam ao comodismo de não acordarem às 9h00 e deixarem as atividades para mais tarde. Não queríamos que quebrassem as rotinas escolares. Este é o segundo ano letivo em que as crianças são afetadas por paragens devido à pandemia. Tem de ser menos prejudicial”, defende.
Maria da Graça Moura não acredita que antes do terceiro período seja possível regressa r, de forma normal, à escola salvo “casos pontuais” de alunos, a título de exemplo, com necessidades educativas especiais. “Não estou confiante”, acrescenta.
Alunos com necessidades educativas especiais podem voltar à escola mais cedo.
No agrupamento de escolas Alberto Sampaio está a ser ponderada a necessidade de parte dos alunos com necessidades educativas especiais regressarem mais cedo à escola, sendo que os casos serão analisados individualmente. No entanto, João Andrade reconhece que alguns estudantes têm de ser acompanhados “de perto”.
Segundo o diretor do agrupamento, está tudo apostos para a retoma ao ensino à distância. O plano implementado nas escolas do agrupamento já foi atualizado. João Andrade lembra que “uma grande parte das turmas no primeiro período já esteve em isolamento”, agora, resta afinar alguns pormenores que passam por dificuldades em utilizar as plataformas ou ferramentas digitais.
O agrupamento continua a aguardar pelos equipamentos prometidos pela tutela aos alunos com escalão A e B do ensino secundário.
De modo a tentar diminuir as desigualdades criadas pelo ensino à distância, o agrupamento irá incrementar a vertente presencial, ou seja, o professor vai estar sempre no ecrã. “Há contextos familiares em que o problema não é o equipamento, mas sim a falta de acompanhamento”, alerta.
Quando questionado pela RUM, sobre as orientações da parte da tutela sobre a realização de testes rápidos à Covid-19 nas escolas secundárias, João Andrade referiu que as autorizações estão assinadas, mas não existe data para o processo arrancar.
Recorde-se que o concelho de Braga está em risco extremamente elevado devido à pandemia de covid-19.
“Não há nada que substitua o ensino presencial”, Hortense Santos.
A afirmação é da diretora do agrupamento de escolas Carlos Amarante que acrescenta, em declarações a RUM, que a nova transição para o digital não será problemática. Como era de esperar, também este agrupamento continua a aguardar por respostas da parte do Ministério da Educação. Até ao mento, foram entregues 170 computadores para alunos do ensino secundário com escalão, sendo que metade dos estudantes do escalão B continuam sem respostas.
Para fazer face às carências, o agrupamento irá emprestar os computadores das bibliotecas. As entregas ainda não terminaram.
Atualmente, a Escola Básica de Gualtar está em serviço de acolhimento para filhos de profissionais de primeira linha. As crianças com escalão A e B podem dirigir-se a esta unidade escolar para levantar uma refeição em regime de take-away.
