“Não será em Abril que as pessoas terão dificuldade em pagar as suas rendas”

As consequências sociais e económicas desta pandemia vão sentir-se de forma particular dentro de alguns meses, na opinião do presidente do município de Braga, Ricardo Rio. O autarca considera que o país vai precisar de respostas concretas que resultem de uma articulação entre o governo e as autarquias, nos próximos meses.


Em entrevista à Rádio Universitária do Minho, o autarca refere que “daqui a dois ou três meses é preciso ter respostas concretas”, porque só nessa altura se vão verificar “algumas consequências”. “Não será no mês de Março ou no mês de Abril que muitas pessoas terão dificuldades em pagar as suas rendas, mas aquelas que paulatinamente vão interrompendo a sua actividade. Estamos a tentar encontrar mecanismos de apoio”, aponta.


O município está actualmente mais focado em dar respostas para as franjas mais desfavorecidas da população. “Estamos a criar soluções de emergência para casos mais prementes do ponto de vista das necessidades de apoio social”, refere. Um trabalho que é feito “numa estreita colaboração com as juntas de freguesia, instituições sociais e redes de voluntários”.


Centro de Acolhimento para sem-abrigo de Braga tem sido utilizado para pequenos-almoços e banhos diários

Instalado no Pavilhão da EB 2,3 de Nogueira há quase duas semanas, é mais uma resposta em articulação com o centro de acolhimento temporário da Delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa, mas até agora ninguém foi reencaminhado para dormir neste centro.

Segundo o autarca Ricardo Rio, com capacidade para 30 pessoas, “ainda não houve necessidade de nenhuma pessoa ficar lá a dormir”. Trata-se de uma solução criada em reforço às estruturas já existentes.

O Centro de Acolhimento tem funcionado como apoio no fornecimento de pequenos-almoços e para banhos diários. “Todo o leite que estava distribuído pelos agrupamentos para distribuir às crianças as unidades de ensino foi canalizado para aquele espaço para que os cidadãos possam ter um pequeno-almoço condigno”, revelou.

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Elsa Moura
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