Agosto sorri em vendas mas condições deixam a desejar e já há quem diga adeus à Feira

Apesar da melhoria nas vendas durante o verão, os feirantes não estão contentes com as condições da Feira Semanal de Braga. Desde a saída do parque de estacionamento do Fórum, iniciada em 2017, os comerciantes têm registado uma menor afluência da população ao certame com a mudança de local para às margens da Estrada Nacional 101.

A RUM visitou o local, esta terça-feira, para verificar o que tem desencadeado o desagrado dos feirantes. Além da mudança de local, a falta de estruturas para fazer face às chuvas ou calor e a perda de dimensão da feira são algumas das reclamações.

Um dos feirantes, Artur Andrade queixa-se que “não há pontos de amarração das barracas e alerta não ser possível trabalhar no inverno no local”. A decisão, sublinha, já está tomada, desistir da Feira Semanal já no próximo mês. “No verão, agosto é um mês com muitas pessoas, já o resto do ano não compensa”, lamenta.

O feirante recorda que a Câmara Municipal de Braga concentrou no espaço todas as Feiras da cidade.  Agora, alerta, não existe uma feira só às terças-feiras, há também às quintas-feiras e aos sábados, com a inclusão da Feira do Mercado, que anteriormente estava sediada junto ao Mercado Municipal e chegou a ocupar a Alameda do Estádio 1º de Maio, o que “divide muito a população”. Hélder Oliveira vai no mesmo sentido e afirma que a mudança de local “arruinou com o certame de quinta-feira”.

Feirantes consideram que o Município de Braga pretende “acabar com as feiras”

O dono de uma banca que comercializa peças de vestuário, vai mais além e afirma que há interesse da autarquia em “acabar com as feiras”. Para o comerciante, todas as cidades levam as bancas para o centro, apenas em Braga “são colocados num canto, por isso, as pessoas não procuram tanto a feira”. “Tentam reduzir ao máximo o número de feirantes, que acabam por desistir”, destaca.


Outro feirante, que está há mais de 20 anos no local e preferiu não se identificar, alerta para o agravamento dos problemas com o passar dos anos e que no novo local “não há onde estacionar os carros”. Muitos dos comerciantes, afirma, “vêm de fugida, outros já nem vêm. O negócio está a ficar muito mau”.

A falta de local apropriado para os toldos cria dificuldades. Em dias de chuva e vento, muitas vezes não conseguem trabalhar atrapalhados pela água que desce pela estrada onde ficam alocados, entre as rotundas de São João da Ponte e do Estádio 1.º de Maio.

 

Apesar de reconhecer a falta de estrutura do novo local, Raquel Sá vai na direção oposta e afirma que “o novo posicionamento foi bom para trazer novos públicos”.

Contudo, isso não se reflete em vendas, o que deixa a comerciante “desanimada”. Raquel Sá lembra que o mês de agosto já se mostra melhor que os anteriores, mas “que não chega para cobrir as despesas anuais”. Alexandra confirma este “aumento de pessoas” que passam pela feira e adianta que, neste seu primeiro verão a vender na Feira Semanal de Braga tem visto “as vendas sempre a aumentar”.

*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Vanessa Batista

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