Feirantes protestam à porta da CMB. Recusam mudança de local imposta

Esta quinta-feira marcaria o regresso dos feirantes de Braga ao trabalho, mas apesar da situação financeira difícil em que se encontram perto de cem famílias, recusaram a mudança de local imposta pelo Município de Braga. Com as obras no mercado municipal, os vendedores de produtos frescos ficaram no centro da cidade, mas num mercado provisório, já os restantes vendedores ambulantes (vestuário e calçado) foram colocados na estrada junto ao mercado. 

Agora, com a pandemia da covid-19 e o argumento do distanciamento exigido pela Direcção Geral de Saúde, a autarquia optou por permitir o regresso dos feirantes, mas para um outro espaço, longe do centro da cidade e dos restantes vendedores. Com a marcação de lugares realizada pelo município, a Alameda do Estádio Municipal de Braga continuou vazia na manhã de hoje. Os vendedores acusam o presidente da autarquia, Ricardo Rio, de “perseguição” e avisam que não vão regressar ao trabalho, reiterando que no local onde se encontravam, é possível respeitar todas as normas impostas pela Direcção Geral de Saúde.

“Não sei qual é a motivação que o presidente Ricardo Rio tem contra os feirantes. Desde que começou a obra aqui do Mercado que temos andado a saltar de sítio para sítio, mas  já desde há três anos atrás que o presidente nos quer mandar para a Alameda do Estádio. Lá não passa ninguém, nem tão pouco autocarros. A lógica desta feira é estar junto ao mercado”, defende Hélder Oliveira, um dos representantes.


Indignados, os feirantes não duvidam que a pandemia da covid-19 “não passa de um pretexto” até porque a marcação dos espaços na Alameda não garante um afastamento diferente do existente no local habitual.

“Ficámos junto às obras do mercado, com péssimas condições, mas aguentamos. Com o pretexto da covid-19 já estávamos a prever, o presidente tomou a decisão sem ouvir ninguém. Não tem jeito nenhum, o mercado existe há cem anos no centro da cidade”, justifica aquele porta-voz. O representante assegura que na rua onde o mercado se realiza habitualmente, cada feirante tem pelo menos três metros, por isso, avisa: “não sei onde está o problema ou a dificuldade do presidente”. Além disso, Hélder Oliveira explica que “todos os vendedores usam máscara e têm gel desinfectante para os clientes”. “E toda a população sabe que tem que usar máscara, apenas sei que o presidente tem qualquer embirração com os feirantes”, acrescenta.

Os vendedores de vestuário e calçado garantem que “ninguém vai para a Alameda do Estádio Municipal de Braga” e vão protestar até que as suas reivindicações sejam valorizadas. Acusam ainda Ricardo Rio e todo o executivo de “insensibilidade para com cerca de cem famílias que estão há mais de dois meses sem trabalhar”.

Na sexta-feira passada, dois representantes falaram com a secretária do presidente que ficou de marcar uma audiência, mas até agora não o fez. Entretanto, os feirantes decidiram organizar uma concentração às 8h30 desta quinta-feira junto à Câmara Municipal de Braga, mas dizem que “por coincidência, a CMB marcou uma reunião exactamente para essa hora na Alameda do Estádio”. “Ligaram a alguns feirantes mas ninguém compareceu. Vamos ficar aqui. Se o presidente não nos atender, vimos para aqui amanhã”, garante.



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Elsa Moura
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Carolina Damas
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