Forças Armadas aumentam número de efetivos pela primeira vez em 10 anos

Pela primeira vez numa década, as Forças Armadas Portuguesas contam com um aumento do número de efetivos. Contrariando a tendência dos últimos anos, 2020 terminou com cerca de 700 militares a mais.
Segundo avança o Jornal de Notícias, há, pelo menos, três fatores que ajudam a explicar este crescimento: o aumento do número de incorporações; a diminuição das saídas voluntárias e a possibilidade de prolongar contratos, uma medida de exceção aplicada pelo Governo, para fazer face ao impacto da pandemia.
De acordo com dados da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público, as Forças Armadas terminaram
o ano de 2020 com mais de 660 militares nas fileiras.
As associações de militares acreditam que a crise económica causada pela pandemia de covid-19 explica o fenómeno de maior procura – houve quase mais 800 novas entradas, segundo a tutela – e retenção, por “falta de alternativas” de emprego. O Governo aponta, antes, uma crescente atratividade da carreira.
O Ministério da Defesa considera que há uma maior atratividade na carreira, destacando o Plano de Ação para Profissionalização do Serviço Militar. As associações do setor têm, no entanto, opinião diferente.
Segundo avançou o tenente-coronel António Mota, presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas ao JN, a carreira militar não é atrativa e considera que os números inscritos em 2020 se devem ao aumento do desemprego, à falta de alternativas e à crise gerada pela pandemia.
A carreira é de tal modo pouco apelativa que a associação lembra até que a petição para levar o tema do aumento salarial dos militares à Assembleia da República está prestes a atingir as 7500 assinaturas.
O objetivo da revisão salarial é atrair e reter militares nas fileiras, sobretudo na categoria de praças, já que o posto de soldado não vai além do salário mínimo.
c/ JN
