Forças políticas de Guimarães pedem ao Governo que não avance com gestão centralizada dos monumentos

Depois de Braga, a Assembleia Municipal de Guimarães aprovou, por unanimidade, uma moção da CDU, que pede a reversão da decisão do Governo, quanto à gestão dos monumentos da cidade.

Em causa estão o Paço dos Duques e o Castelo de Guimarães, até aqui geridos pela Direção Regional de Cultura do Norte, passarão, a partir de 1 de janeiro, a integrar a nova empresa Museus e Monumentos de Portugal, sediada em Lisboa.

O documento apresentado pelos comunistas lamenta que a autarquia e os responsáveis pela gestão dos equipamentos não tenham sido auscultados neste processo.

Para a CDU, “a opção do Governo corresponde a concretizar a dispersão de competências da Direcção Regional de Cultura do Norte por diversas entidades – as duas novas empresas centrais, a CCDR-N e vários municípios, esvaziando o escalão regional da Cultura e do Património, pondo em causa os bons resultados alcançados”.

“Nos termos apresentados pelo Governo, a gestão dos museus, monumentos e palácios obedecerá a critérios distintos do interesse público, passando a seguir uma ótica em que a viabilidade económica é o critério determinante”, acrescentam.

O partido antevê a falta de “investimento na requalificação do Paço dos Duques de Bragança e no Castelo de Guimarães, que a realidade impõe como urgente e necessário”.

A moção, que será enviada à Assembleia da República, ao primeiro-ministro, ao ministro da Cultura e aos grupos parlamentares, pede ao “Governo que suspenda o processo que designou como reforma para a gestão da Cultura e do Património e que, envolvendo os autarcas e os responsáveis pela gestão dos museus e do património, adote as medidas necessárias com vista à concretização de um serviço público de cultura que assegure o desenvolvimento de projetos e o acesso de todos à fruição cultural”.

A RUM pediu mais esclarecimentos ao ministério da Cultura, mas ainda não obteve resposta.