Freguesias e instituições querem avançar com mais creches públicas em Braga

Depois da revelação da intenção de avançar para a construção de uma rede de creches públicas no concelho, há pouco mais de um mês, o município de Braga tem sido contactado por várias juntas de freguesia e instituições de solidariedade social, interessadas nesta valência. A novidade foi adiantada à RUM pelo autarca Ricardo Rio.
Segundo o mesmo, depois de Nogueiró e Tenões, Adaúfe e Gualtar, “já foram expressas várias outras solicitações de diversas freguesias e de instituições sociais”. O município está agora a “avaliar caso a caso para eventuais considerações neste processo”. A autarquia pretende disponibilizar espaços municipais – terrenos ou imóveis para este fim.
O primeiro projeto para a rede de creches públicas em Braga vai avançar na união de freguesias de Nogueiró e Tenões. A transferência da verba para aquela união de freguesias foi aprovada esta segunda-feira. A CDU foi a única força política a votar contra. A vereadora, Bárbara de Barros, admitiu que em causa não está a finalidade, mas sim o facto de a elaboração do projeto não caber ao gabinete de arquitetura do município e sim a gabinetes privados. “Votamos contra, não contra o projeto da creche, mas desde que o executivo decidiu que todos os projetos das freguesias, para qualquer obra, teriam que ser entregues a empresas externas, temos votado contra porque estamos preocupados com a falta de investimento no próprio gabinete municipal que é quem devia responder a todos os projetos”, justificou.
Uma visão da qual a maioria discorda. Ricardo Rio sublinha que “há um volume de obras muito significativo na alçada do município que tem absorvido o tempo desses profissionais”, impedindo a equipa de elaborar projetos para juntas de freguesia, optando pelo apoio para a contratação destes serviços”.
Em matéria de creches públicas, a vereadora comunista sublinha também a importância de pressionar o Governo quanto à transferência de verbas para as instituições que gerem as creches. “É uma resposta que vem ser favorecida com a medida da gratuitidade, mas que pode cair por terra se o governo não cumprir com o seu compromisso porque as instituições precisam desta transferência de verbas mensal da Segurança Social”, lembrou.
Já o vereador do Partido Socialista, Artur Feio assume que se trata de uma preocupação de toda a comunidade, mas refere que com esta nova política é preciso avaliar quem vai explorar os equipamentos, uma vez que as juntas de freguesia “não têm essa competência”.
Ora, a resposta de Ricardo Rio a esta questão é direta: as instituições de cariz social são o parceiro mais óbvio para esta rede, “com experiência na gestão deste tipo de equipamentos”, desenvolvendo este trabalho “em articulação e com o financiamento da Segurança Social”.
