Funcionárias da Santa Casa de Guimarães recusam 12h vitalícias

Os funcionários das Misericórdias estão, esta quinta-feira, em greve. Dezenas de colaboradoras da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães reuniram-se para exigir melhores salários e a valorização da carreira profissional. Actualmente, as trabalhadoras que laboram nos centros de dia e lares da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães recebem o salário mínimo nacional.

De acordo com a coordenadora do CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal – há um ano que estão em negociações com a Santa Casa para resolver esta problemática, mas até agora não há registo de qualquer avanço.

À RUM, a coordenadora Ana Rodrigues explica que, neste momento, estas trabalhadoras recebem menos 30% do que as funcionárias das IPSS, sendo que exercem as mesmas funções o que é “inconcebível”. O CESP exige, por isso, que estas colaboradoras sejam “valorizadas”, visto que os seus serviços são classificados como “essenciais”.

A pandemia de Covid-19 veio agravar a situação, a coordenadora fala mesmo em “exploração”. Devido aos planos de contingência que foram implementados, as trabalhadoras “tiveram durante 7 a 14 dias, algumas confinadas outras não, com cargas horárias de 12 horas por dia. Ora, uma trabalhadora que trabalha este número de horas chega ao fim do segundo dia de trabalho e já está totalmente exausta, pois estamos a falar de utentes totalmente dependentes”, especifica.

Maria Gonçalves, delegada sindical e funcionária há aproximadamente 30 anos da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães, adianta que a administração está a propor um contrato em que são obrigatórias 12 horas vitalícias por mais 50 euros. Uma proposta que as colaboradoras não aceitam.

Durante a pandemia foi atribuído um prémio aos funcionários pelo excesso de horas de trabalho. Contudo, passado sensivelmente um mês esse complemento foi cortado. Maria Gonçalves diz que a decisão deve-se ao facto de todos os funcionários estarem na linha de frente de combate, e poi tinham direito a este bónus.

A funcionária alerta também para a falta de material para proceder à higiene dos utentes. Esta informação, garante, foi transmitida diretamente ao Provedor da Santa Casa que “não responde”. “Não querem saber das valências. É uma pouca vergonha”, denuncia.

Esta sexta-feira, o CESP vai reunir com a Santa Casa da Misericórdia de Guimarães. A coordenadora refere que a proposta que está em cima da mesa é de um aumento de 35 euros para todas as colaboradoras. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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