Furto, tráfico e uso de arma proibida são dos crimes que jovens portugueses mais praticam

Ameaça, injúria, furto, roubo, difamação, dano, ofensa à integridade física, tráfico de droga e uso de arma proibida são os crimes que os jovens mais praticam em Portugal. O número de adolescentes com problemas na Justiça tem vindo a aumentar no país. Por isso mesmo, a Adolescere – Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente – trouxe a Braga o projeto “Educar para o Direito”, impulsionado pela advogada Paula Varandas, que visa “divulgar junto das escolas as consequências das atitudes dos jovens e a implicância legal que poderão ter no seu futuro”.

A sessão, que decorre esta quinta-feira no Auditório Vita, conta com a presença de 200 estudantes do Agrupamento de Escolas de Maximinos e da Escola Profissional Profitecla.

“O objetivo desta sessão é consciencializar os jovens para condutas que possam ter e que configuram a prática de crime, de acordo com a lei penal portuguesa. O facto de chegarem a Tribunal e, perante um processo judicial, argumentarem que desconheciam a lei não é válido. O desconhecimento da lei não pode favorecer nenhum dos arguidos”, explicou em entrevista à RUM a mentora do projeto. 

Paula Varandas lamenta que “o relatório da Administração Interna não colabore, porque só dedica uma página para a delinquência juvenil”. “O próprio Estado quer fechar os olhos ao que se está a passar, que é o aumento brutal de jovens a responder à Justiça”, acrescentou. A mentora deste projeto alerta ainda que, nos casos em que os jovens são condenados, “fica averbado no certificado de registo criminal, durante cinco anos, o que pode hipotecar o futuro deles”, uma vez que, por exemplo, no caso de um furto, o jovem que se queira candidatar a um emprego numa superfície nunca irá conseguir o lugar.

Peranto o crescente número de jovens a contas com a Justiça, a Adolescere considerou “fundamental trazer este projeto às escolas de Braga”, cidade onde, diz a presidente da associação, Carla Fernandes, existem “cada vez  mais jovens pré-deliquentes e delinquentes”. “Temos jovens que pertencem a grupos armados, no Bairro das Andorinhas, das Enguardas ou de Santa Tecla, e importa que estes jovens conheçam as consequências de andar armado, apontar uma faca, fazer um pequeno furto ou praticar bullying. Braga tem um volume processual, numa Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, elevadíssimo”, referiu ainda. 

Para Epifânia Oliveira, assessora da vereadora Carla Sepúlveda, “o papel da escola é o de dar conhecimento e educar os cidadãos ativos do futuro”. A responsável salienta “a rede de partilha e trabalho entre as várias estruturas e associações da cidade e a escola”, considerando esta “a verdadeira essência de uma cidade educadora”.

Pela primeira vez em Braga, a sessão, que está a ser preparada desde 2019, contou com cerca de 200 jovens. O número ficou aquém do esperado, mas Carla Fernandes acredita que numa próxima iniciativa poderão encher um Altice Forum Braga.

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Liliana Oliveira
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