“Gestão supramunicipal, com os TUB a circularem no quadrilátero, teria viabilidade”

Teotónio dos Santos, administrador executivo dos Transportes Urbanos de Braga (TUB), admite que “uma gestão supramunicipal, com os TUB a circularem no quadrilátero urbano, teria viabilidade”. No entanto, frisou, “teria que ser integrada nas contratualizações que os outros municípios estão a fazer no seu terriório, porque estão a contratualizar serviços”, como aconteceu recentemente em Guimarães, com o serviço a ser agora assegurado pela Transdev.
“Teria que haver uma visão global para que não houvesse concorrência interna, mas todos a trabalhar em prol de uma mobilidade mais sustentável”, acrescentou o responsável.
Entre 2013 e 2019, os TUB cresceram “21% em termos de passageiros transportados, mesmo assim, ficou aquém das metas europeias”. No pré-pandemia, admite o responsável, o crescimento “era único em Portugal”, mas a Covid-19 foi “arrasadora”. “De 2019 para 2020 caíram 44% os números de passageiros transportados”, afirmou. O ano de 2019 terminou com mais de 12,5 milhões de passageiros transportados, seguindo-se uma queda sem precedentes, para o sete milhões. Em 2021, denotou-se uma ligeira recuperação, com 8,2 milhões de passageiros transportados.
Administrador dos TUB admite alargar gratuitidade dos transportes públicos a outras franjas da população no futuro
A gratuitidade dos transportes públicos, muitas vezes reivindicada por agentes políticos para atrair mais utilizadores, não está prevista ser alargada a mais franjas da população.
“Em 2019, vendemos seis milhões de euros em títulos de transporte. Temos vindo a alargar alguma gratuitidade, mas não podemos alargar mais, sob pena de não conseguirmos cumprir os nossos compromissos”, adiantou o administrador, garantindo, ainda assim, que “no futuro esses alargamentos serão uma realidade”.
Neste momento, a linha com maior número de passageiros é a do Hospital e a que liga o Minho Center ao Nova Arcada. “São 300 quilómetros de extensão e os TUB cobrem todas as freguesias, deixando apenas alguns pequenos nichos por cobrir, que são os que queremos cobrir com o transporte a pedido”.
As metas delineadas pelos TUB até 2025 não vão ser cumpridas. Em linhas com as metas europeias, que Teotónio dos Santos considera “ambiciosas”, em Braga não será possível atingir os “20 milhões de passageiros até 2025, nem os 10 mil utilizadores regulares de bicicleta, assim como se falha a redução em 20% do uso do transporte individual na cidade”.
Teotónio dos Santos não concorda com a internalização dos trabalhadores da empresa no quadro municipal. “Perdia-se um know-how e uma cultural empresarial, que se conseguiu ao longo dos anos”, justificou.
A entrevista ao administrador executivo dos TUB pode ser ouvida na íntegra aqui.
