gnration ‘ocupado’ com mostra digital e música electrónica até sábado
Arranca hoje a 5ª edição do OCUPA, no gnration, com arte digital e música electrónica ao longo dos próximos três dias. O programa conta com nomes como Surma ou o colectivo bracarense de música experimental e eletrónica Haarvöl. As instalações são inauguradas esta quinta-feira antes do primeiro concerto e podem ser visitadas nos próximos dias.
O evento é promovido pela cooperativa AUAUFEIOMAU com apoio do Município de Braga e gnration e pretende promover uma perspetiva sobre a produção artística nos domínios da música eletrónica e arte digital, protagonizada por artistas oriundos ou residentes em Braga.
Rafael Vale afirma que o programa deste ano não foge à regra, ainda que tenha um formato diferente do normal devido às condicionantes impostas pela covid-19. A pandemia “obrigou-nos a esticar mais, começando hoje e indo até sábado”, conta. Lembrando que o OCUPA “apareceu com o objectivo de mostrar o que se faz em Braga, com artistas ligados a Braga”, Rafael assinala que evoluiu depois para ter outros convidados externos, nacionais ou estrangeiros. “Um desafio que tem dado bons resultados tornando o programa mais interessante”, continua.
No programa de música, Inês Malheiro e Gonçalo Penas apresentam “Canal – Conduto”, disco-EP lançado oficialmente esta segunda-feira, que é também uma performance, a ser apresentada ao vivo esta quinta-feira (19h30), no primeiro dia do evento. O trabalho resulta de uma encomenda artística do gnration a partir do programa de apoio à criação instituído pelo espaço durante o período de confinamento.
Na sexta-feira, o Clube de Inverno, espaço informal de encontro para exploração e improvisação nos domínios do som e imagem, fará a apresentação pública de uma semana de trabalho. A quarta edição é conduzida pela multi-instrumentista e cantora Surma e pela artista visual Laetitia Morais.
Na manhã de sábado, o colectivo bracarense de música experimental e eletrónica Haarvöl apresenta uma banda-sonora para “O Gabinete de Dr. Caligari”, filme mudo de 1920 do cineasta alemão Robert Wiene e um dos expoentes máximos do chamado “movimento expressionista alemão”, referente ao início do século passado. Na celebração dos 100 anos da película de terror que melhor retrata esta corrente artística e cultural, Fernando José Pereira e João Faria, a quem se junta Rui Manuel Vieira na componente visual, compuseram música original para uma hipotética banda-sonora do filme com argumento de Hans Janowitz e Carl Mayer.
Já no programa expositivo, o OCUPA mostra duas instalações: “Light Grains”, instalação resultante de encomenda artística que junta a Imaginando, empresa bracarense especializada no desenvolvimento de software multimédia tendo no seu portfolio várias aplicações orientadas à criação e performance musical, bem como instalações interativas, e Fred Rompante, designer de iluminação, criador visual de espetáculos e fundador da empresa de arte visual Side Effects; e Duarte Amorim apresenta uma segunda versão de “Polissonografia”, instalação vencedora dos Laboratórios de Verão 2020 do gnration. As instalações estão disponíveis para visita, gratuita, de quinta a sábado.
No tarde de sábado, e a partir do canal YouTube do gnration, Fernando José Pereira, professor na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e membro de Haarvöl, Ana Deus, artista, e Vítor Ribeiro, programador do Close-Up – Observatório de Cinema de Vila Nova de Famalicão, conversam sobre a relação entre música e cinema, abordando tópicos como processos colaborativos de criação e a história da relação entre os dois domínios.
