Governo recua e admite realização de feiras e mercados

O Governo está a ponderar permitir a realização de feiras e mercados nos concelhos de maior risco, desde que as autarquias de cada local confirmem que existem condições de segurança e autorizem. A informação está a ser avançada por vários órgãos de comunicação nacionais.

Recorde-se que o Conselho de Ministros determinou, no sábado, a proibição destes eventos nos 121 concelhos com maior risco de contágio pelo novo coronavírus.

A Federação Nacional das Associações de Feirantes já tinha prometido protestos em Lisboa até que o Governo recuasse na proibição das feiras. O presidente da federação, Joaquim Santos, adiantou à TSF no fim de semana que ia pedir audiências urgentes ao Presidente da República e ao primeiro-ministro porque esta proibição comprometia a sobrevivência dos feirantes.

Também os presidentes das áreas metropolitanas de Porto e Lisboa, Eduardo Vítor Rodrigues e Fernando Medina, pediram hoje à Direção-Geral da Saúde (DGS) esclarecimentos sobre a proibição das feiras, preferindo que o caso seja tratado a nível municipal.

“Achei que tinha a obrigação de o fazer, enquanto presidente de um município que tem uma data de feiras importantes e de uma Área Metropolitana [do Porto], que tem uma data de outras também importantes, como é o caso de Espinho, Carvalhos, Gondomar, Custoias e Senhora da Hora” insistiu o autarca de Gaia, destacando que no seu município há “400 feirantes” que, por força proibição anunciada, “vão ficar sem nada”.

Para o autarca, “o risco é absolutamente reduzido”.

“Já levámos quatro meses de funcionamento das feiras e tem tudo corrido maravilhosamente”, disse.

“Se a autorização passar para o presidente da câmara eu autorizarei, como é evidente, porque todas as semanas temos tido feiras e não tem havido problema nenhum”, acrescentou o presidente socialista sobre a eventualidade de, na quarta-feira, se cumprir e feira dos Carvalhos.