Governo sem previsão para a ampliação das instalações de cirurgia no Hospital de Braga

O Governo não sabe quando poderá avançar a obra de ampliação das instalações dedicadas à cirurgia no Hospital de Braga. A constatação surge numa resposta do ministério da saúde a uma interpelação do PCP. 

Este sábado, em comunicado enviado à RUM, os comunistas criticaram a situação e “lamentam” que não haja data para responder ao alerta deixado pela administração daquela unidade de saúde, que nos últimos dois anos realizou mais de 19 200 cirurgias fora de portas com os seus profissionais médicos, perante as limitações das suas atuais instalações.


O PCP questionou a tutela em Maio passado, confirmando-se que não há previsão para a concretização do projeto de ampliação na unidade de saúde inaugurada há doze anos. 


O Hospital de Braga, recorde-se, conta com 13 salas operatórias, duas só para a urgência. A taxa de ocupação muito elevada tem obrigado a administração do hospital público a alugar instalações em unidades privadas de forma a superar as listas de espera.


O Hospital de Braga pagou cerca de 13,7 milhões de euros para fazer 19 200 cirurgias em instalações privadas e em misericórdias. Perante estes valores, o PCP admite que se trata da da “melhor alternativa imediata que o Hospital de Braga encontrou”, no entanto, sublinha, “impõe-se a concretização de um projeto de construção do edifício de cirurgia de ambulatório adjacente ao hospital, aguardado há vários anos, que permitirá expandir a atividade e criar salas exclusivas para a cirurgia cardíaca e a cirurgia vascular”.


O Hospital de Braga serve uma população de cerca de 1,2 milhões de pessoas dos distritos de Braga e Viana do Castelo. Entre 2019 e 2022 aumentou em 41% a atividade cirúrgica. Em 2019, havia 19 mil doentes a aguardar cirurgia e, agora são cerca de 12 mil.


Recorda-se que, no passado dia 16 de Junho, a Assembleia Municipal de Braga aprovou por unanimidade a recomendação da CDU para dirigir ao Primeiro-Ministro, ao Ministro da Saúde e aos Grupos Parlamentares na Assembleia da República, a exigência da concretização o mais célere possível da construção de novas instalações de cirurgia ambulatório no Hospital de Braga.

Apesar de no plano local haver unanimidade na defesa da construção da nova ala de cirurgia do Hospital de Braga, o facto é que PS, PSD, IL e Chega rejeitaram a proposta do Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República para inclusão de verbas para este efeito em sede Orçamento do Estado.

Por isso, os comunistas falam em “ausência de uma política de defesa do Serviço Nacional de Saúde, abrindo o caminho para o avolumar de dificuldades aos interesses privados e para aproveitamentos de forças e setores reacionários”. Finalizando, o PCP afiança que “não desistirá de insistir de intervir em torno da ampliação das instalações do Hospital de Braga e avaliará novas iniciativas políticas e institucionais”.

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Elsa Moura
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