Greve da função pública com “forte adesão” ao início da noite

A greve da função pública, marcada pela Frente Comum, decorre hoje, mas começou a ter efeitos na quinta-feira à noite, nos hospitais e nos serviços de recolha de lixo, onde os turnos se iniciaram às 23:00 e às 22:00, respetivamente.
O coordenador da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, Sebastião Santana, e a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, anunciaram que iriam estar na noite de quinta-feira, no início dos turnos, junto aos trabalhadores dos serviços de recolha de lixo de Loures e junto ao pessoal do hospital de S.José, em Lisboa.
Segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), a greve registava “forte adesão” ao início da noite de quinta-feira, em particular “nos setores de recolha de lixo e higiene urbana”, com Almada, Amadora, Évora, Loures, Odivelas, Palmela, Moita e Seixal a registarem “uma adesão de 100%, não tendo sido efetuada a recolha de lixo e serviços de higiene urbana noturna nestes concelhos”.
Lisboa, Sintra e Funchal “registaram uma adesão muito significativa, tendo a recolha sido fortemente afetada”, segundo o STAL.
A Câmara Municipal de Lisboa anunciou que o sistema de recolha de lixo na cidade poderá sofrer perturbações entre quinta e sexta-feira devido à greve e apelou a que “não se abandone o lixo na rua”.
Tendo em conta os plenários e contactos feitos com os trabalhadores da Administração Pública nas últimas semanas, Sebastião Santana manifestou-se otimista em relação à participação na greve.
“Vai ser uma grande greve da Administração Pública, porque existe um grande descontentamento”, disse à agência Lusa.
Segundo o líder da organização sindical, os efeitos da paralisação deverão ser mais visíveis nos serviços com atendimento ao público, como a saúde e a segurança social.
Como é habitual, a greve deverá levar ao encerramento de muitas escolas por todo o país, prevê Sebastião Santana, e deverá ter “impacto em muitos serviços que não têm visibilidade”, dando o exemplo dos guardas prisionais.
O sindicalista lembrou que esta é uma greve de todos os trabalhadores da Administração Pública porque tem a ver com a falta de resposta do Governo à proposta reivindicativa comum que a estrutura sindical apresentou ao executivo socialista, e que inclui aumentos salariais, revisão de carreiras e do sistema de avaliação.
A Frente Comum (CGTP) reivindica aumentos de 90 euros para todos os trabalhadores e um salário mínimo de 850 euros na administração pública, mas o Governo vai fazer uma atualização salarial de 0,9%.
c/ Lusa
