Grupo Público UMinho fecha 2020 com resultado líquido negativo de 1,2 ME

O Grupo Público Universidade do Minho fechou o ano de 2020 com um resultado líquido negativo de 1,2 milhões de euros. O Relatório de Atividades e Contas Consolidadas da UMinho, acompanhadas do parecer do fiscal único, foi apresentado e aprovado, esta sexta-feira em reunião do conselho geral da academia minhota, com 18 votos a favor e uma abstenção.

Este grupo é composto por 48 entidades, sendo que apenas fazem parte do perímetro de consolidação 17 entidades, são elas: Universidade do Minho, Serviços de Ação Social da UMinho, Associação Centro de Medicina P5, Associação Ciência, Inovação e Saúde, Associação de Psicologia, Centro para a Valorização de Resíduos , TecMinho, Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, IC, CCAB, Centro de Computação Gráfica, Instituto de Design, Centro de Ciência Viva de Guimarães, Casa Sarmento, PIEP, CEJUR E CENTI.

Estes números representam uma variação negativa face ao ano transato de 2019 na ordem dos 2,3 milhões de euros.

Em termos de liquidez geral, a UMinho viu a sua capacidade diminuir de 110,2 % para 100,6%.

Em 2020, os gastos aumentaram 0,33% para 4,5 milhões de euros. Um valor justificado pela administração pela contratação de investigadores.

Quanto ao passivo, este sofreu um decréscimo de 2,5 milhões de euros destacando-se a redução da dívida a fornecedores em aproximadamente 1,6 milhões. Neste momento o passivo cifra-se nos 51 milhões.

A Universidade do Minho tinha em 2020 um saldo de gerência de 15 milhões de euros. Trata-se de um aumento, em relação a 2019, de 204 mil euros.

Em 2020, a academia minhota investiu 40 mil euros em material de proteção contra a covid-19 e 94 mil euros em material de desinfeção. A maior despesa é referente à investigação covid, 236 mil euros.

No que toca aos estudantes, a academia minhota sofreu uma redução de 3% do número de estudantes estrangeiros. Uma situação com impacto sobretudo nos mestrados e doutoramentos.

Única abstenção partiu do conselheiro Tiago Miranda que defende um diagnóstico mais estrutural dos problemas da UMinho.

O conselheiro defende que a Universidade do Minho realizou um “diagnóstico superficial” dos desafios, em particular no que toca aos recursos humanos. “A componente de acréscimo de despesa relativamente a custo com pessoal não teve como objeto de resolução o problema estrutural que temos do corpo docente”, refere.

Como é do conhecimento geral, a academia minhota tem um corpo de docentes envelhecido que apresenta uma média de idades de 55 anos.

Além desta questão, o conselheiro alerta para a possibilidade de a UMinho vir a registar “desequilíbrios” nas contas, uma vez que as ações judiciais interpostas pelos funcionários integrados na sequência do Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP), não são reconhecidas no relatório.

Recorde-se que a Universidade do Minho integrou 110 trabalhadores na sequência do PREVPAP, sendo que foram colocadas cerca de 50 ações judiciais derivadas da insatisfação dos funcionários com as posições remuneratórias.

Em resposta o administrador da UMinho, Carlos Menezes, declara que é possível que a universidade venha a perder estes processos. 

O responsável máximo da academia minhota adianta que este é um quadro de “grande delicadeza e de equilíbrio difícil”, visto que 67% da verba transferida pelo Orçamento de Estado para a academia minhota é canalizada para o pagamento de salários. Desta forma, a manutenção das atividades da academia está dependente das receitas próprias arrecadadas através de propinas, serviços, vendas e I&D.

TecMinho apresenta um resultado negativo de 290 mil euros. CEJUR foi uma das participadas de passou a apresentar resultados positivos. CCG também reforçou a sua atividade.

O conselheiro Tiago Miranda questionou o reitor da Universidade do Minho sobre o caminho que está a ser traçado para minimizar os problemas registados, pelo menos desde 2018, na TecMinho, uma das participadas mais antigas do grupo.

Em 2020, a estrutura registou perdas na ordem dos 290 mil euros, sendo que em 2019 estas eram de aproximadamente 70 mil.

O responsável máximo da academia minhota adianta que o modelo de gestão foi alterado já em 2019, foram alterados os “overheads” dos projetos para que estes não migrem da UMinho para a TecMinho, foi reduzido o número de colaboradores e está neste momento em marcha uma “estratégia de maior agressividade de novos clientes e para cobrança de dividas”. 

Em suma, Rui Vieira de Castro declara que num ano de grande incerteza e em que a instituição foi abalada por diversos desafios, os resultados obtidos são positivos.

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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