GUIdance quer utilizar a dança para impulsionar a humanidade com o outro

Cinco estreias nacionais e uma estreia absoluta marcam a programação do GUIdance que pretende “impulsionar a empatia” com o outro. Durante duas semanas, entre 6 e 15 de fevereiro de 2025, Guimarães recebe espetáculos, conversas, masterclasses, debates, entre outros, naquele que é por muitos considerado o “maior festival de dança contemporânea do país”. A programação completa foi apresentada esta terça-feira, no Centro Cultural Vila Flor (CCVF).
“14.ª edição apresenta a forma caraterística como o sul da Europa cria a dança” – Rui Torrinha
Com a presença de artistas de Portugal, Espanha e Itália, o cartaz da 14.ª edição apresenta a forma caraterística como o sul da Europa cria a dança, refere o diretor artístico d’A Oficina. Segundo Rui Torrinha, o flamenco ganha destaque na programação, com os espetáculos de Rocío Molina, ‘Al fondo riela (Lo Otro del Uno)’, que abre a programação a 6 de fevereiro, de María del Mar Suárez, La Chachi, que apresenta ‘Taranto Aleatorio’, no dia seguinte, além da peça de Israel Galván, ‘La Consagración de la Primavera’, que fecha o cartaz a 15 de fevereiro.
Entre os núcleos criativos, o GUIdance abre espaço para novos talentos através da parceria com a Aerowaves, uma plataforma de descoberta de novos projetos de dança na Europa que traz Marta Cerqueira com ‘SubLinhar’, no dia 9, e Benjamin Kahn, que apresenta ‘Bless the Sound that Saved a Witch Like Me’ no último dia do festival. Ainda faz parte desta parceria ’Here, I bequeath what doesn’t belong to me’, do bailarino e coreógrafo Habib Ben Tanfous, em estreia nacional a 14 de fevereiro, ele que faz uma reflexão sobre as migrações. Para Rui Torrinha, esta temática está bem patente em Guimarães, cidade “que conta com mais de 100 nacionalidades e culturas distintas”.
Para além das apresentações, esta edição “muito internacional” do GUIdance inclui outras atividades como as ‘Embaixadas da Dança”, em que “os criadores ou os interpretes das peças” vão às escolas. Para esta edição, segundo o diretor da área de Educação e Mediação Cultural d’A Oficina, Francisco Neves, surge uma apresentação voltada para os adultos, a 11 de fevereiro. O programa desta edição contará ainda com talks, masterclasses e sessões de cinema.
Francisco Neves refere também a criação de um grupo informal de escrita e de pensamento sobre a dança e o festival. A iniciativa vai juntar profissionais de formações diferentes que vão acompanhar alguns espetáculos para pensar no “aquivo do futuro, de uma memória escrita sobre o que foi esta edição e o que vão ser as próximas edições do GUIdance”.
A edição 2025 cruza com as comemorações dos 20 anos da inauguração do Centro Cultural Vila Flor, que tem a “ambição de ser este espaço de ponto de encontro”, evidencia o vereador com o pelouro da Cultura, Paulo Lopes Silva. O trabalho realizado pel’A Oficina pretende estabelecer uma relação com “o contexto em que está e necessidade de estar atento à diversidade do território e com os diferentes públicos”, acrescenta. “O Guidance vai para o seu décimo quarto ano e não temos nenhum problema em dizer que estamos à espera do mais importante festival de dança contemporânea do país”, finaliza.
*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Elsa Moura
