Guimarães anuncia rede de transportes flexível para freguesias com menos gente

A Câmara de Guimarães apresentou esta segunda-feira, em sede de reunião pública do executivo municipal, o primeiro esboço para a implementação de uma rede flexível de transportes públicos.
O objectivo da rede flexível passa por complementar a oferta de transporte público regular, ou seja, o de levar transportes colectivos a territórios com menos população, sobretudo no período nocturno, feriados e fins-de-semana.
A referida rede vai abranger 10 zonas e dois circuitos: um a partir da freguesia de Polvoreira, com ligação à zona do centro social, ligando nas linhas de transporte regular na EN 105, assim como no Largo dos Carvalhos; e outro na zona do Mourão, na ligação de Pencelo e Azurém.
Para usufruir do transporte público flexível, o utilizador deve reservar, através de chamada telefónica ou de uma aplicação móvel ainda a desenvolver, a viagem junto da empresa concessionária – ao que tudo indica será a empresa municipal Vitrus – táxis ou empresas TVDE, ou Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) que disponham de meios colectivos de transporte. A reserva terá um custo de 50 cêntimos e o preço da viagem poderá ascender aos 2,73 euros, ainda que o presidente da Câmara, Domingos Bragança, tenha admitido que o valor do bilhete de bordo possa baixar ao retirarem-se os 50 cêntimos da reserva.
No total, a nova rede flexível de transportes públicos vai custar 3,072 milhões de euros ao município, por via da Vitrus, prevendo-se a compra de três autocarros mínimos eléctricos e a contratação de sete motoristas, num total de 10 anos de contrato.
Oposição critica momento do anúncio da rede
Na resposta ao anúncio da implementação da rede, o vereador da oposição André Coelho Lima referiu que o modelo de transporte flexível só foi apresentado porque as notícias relacionadas com a mobilidade no concelho não têm sido positivas, apontando aos recentes desenvolvimentos quanto ao Metrobus.
“É um anúncio de uma rede alternativa à incapacidade da sustentabilidade financeira dos transportes urbanos regulares e que surge para criar factores noticiosos que substituam os factores negativos dos transportes desta semana”, acrescentando que a rede apresentada é ainda “pouco sustentada”.
“Não se sabem os valores atribuídos às entidades terceiras, não se sabe o custo para o utilizador, quem é que irá gerir. Não se sabe nada”, acusou.
