Guimarães investe há dez anos no ambiente e não vai desacelerar

O Presidente da Vitrus Ambiente, Sérgio Castro Rocha, garante que o concelho de Guimarães está comprometido com a candidatura a Capital Verde Europeia 2025 e sustenta que o município não vai abrandar qualquer investimento nesta área caso não consiga arrecadar o título, ao qual concorre pela segunda vez.
Sublinhando que as questões ambientais “são uma competência e responsabilidade que os goverantes têm que implementar” para sensibilizar as populações, o responsável desta empresa municipal garante que as mudanças são evidentes e que a população vimaranense está cada vez mais atenta às questões do ambiente, fruto de um trabalho de uma década desencadeado pelo autarca local, Domingos Bragança. “Estas candidaturas são um reflexo do que tem sido feito em Guimarães a nível ambiental”, defende o responsável que atribui um papel preponderante do Laboratório da Paisagem nesta vertente.
Na última noite, em entrevista ao programa da Universitária ‘Campus Verbal’, Sérgio Castro Rocha assinalou investimentos como o regresso da figura dos guarda-rios ou o programa ‘REACTivar Guimarães’ que visa requalificar os corredores verdes junto às linhas de água, além de projetos na área dos resíduos. Aliás, o presidente da Vitrus Ambiente considera que “mais do que o galardão” a importância está “no caminho que se trilha durante o período dessa candidatura”. “Há uma mobilização muito grande das pessoas”, afiança o responsável que dá como exemplo a implementação de brigadas verdes em praticamente todas as freguesias e vilas do concelho, onde “são implementados os mais variados projetos que o município tem lançado”.
“Em Guimarães conseguimos ver melhorias. É das cidades mais limpas de Portugal e da Europa. Acontece no seguimento de diversos projetos que são implementados e que são muito bem acolhidos pelos vimaranenses”, argumenta aquele responsável que lembra que Guimarães foi candidata, no passado, a Capital Verde Europeia, circunstância que “não levou a que Guimarães tirasse o pé do acelerador nestas questões ambientais, muito pelo contrário”.
Vitrus Ambiente vai enviar ao governo proposta de lei com base nos dois anos de experiência de guarda-rios no terreno
Em 2021, a autarquia vimaranense investiu no regresso dos guarda-rios. Em 2023 são já quatro os profissionais dedicados ao acompanhamento das linhas de água de Guimarães, com destaque para os rios Selho, Ave e Vizela. Registaram-se 300 ocorrências em praticamente dois anos, através destes profissionais que procuram ainda sensibilizar diariamente a população. “Quando apresentamos o projeto em 2021 sentimos alguma relutância junto da comunidade. Entretanto, com a presença diária dos nossos guarda-rios que conseguiram resolver problemas que tinham décadas, a população hoje olha para os guarda-rios como pessoas que estão a zelar pelas nossas linhas de água e sempre que se deparam com alguma situação anómala, denunciam”, sublinha.
Ligações ilegais de saneamento, extração ilegal de areia, corte de árvores e deposição de resíduos são as infrações mais recorrentes. “Ainda conseguimos ver pessoas que olham para o rio como um local onde se podem desfazer de um frigorífico”, lamenta o responsável que admite que essa mentalidade está a mudar.
No caso de contra-ordenações ou crime, as denúncias são encaminhadas para o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) ou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Também por essa razão, a Vitrus sugere ao governo que regulamente a profissão. A própria empresa municipal já se comprometeu a apresentar uma proposta legislativa que tem em conta dois anos de trabalho no terreno.
Orçamento passa de 2Milhões de Euros para 8Milhões de Euros em praticamente cinco anos
O orçamento anual da Vitrus Ambiente ronda atualmente os oito milhões de euros, mais seis milhões comparativamente ao ano de 2017. A empresa municipal responsável pela recolha de resíduos tem reforçado o seu papel no concelho vimaranense, realizando cada vez mais tarefas com um número de colaboradores que ronda já as duas centenas. “Temos uma operacionalidade única, não só na aquisição de diversos equipamentos e tendo um único objetivo: executar bem as tarefas que nos são delegadas em prol da melhoria da qualidade de vida de todos”, atesta o presidente da Vitrus Ambiente.
2021 foi o ano de maior investimento da empresa municipal vimaranense que canaliza 60 mil euros por ano para a equipa de quatro guarda-rios.
Nesta mesma entrevista à RUM, o responsável da Vitrus Ambiente destacou ainda o lançamento, este verão, do Centro de Inovação que deverá contar com a colaboração da Universidade do Minho.
