Guimarães Jazz regressa “com toda a segurança” em clima de incerteza

Em formato limitado e com os horários dos espectáculos antecipados, o Guimarães Jazz regressa entre os dias 12 e 21 deste mês ao Centro Cultural Vila Flor (CCVF) com nove concertos e reunindo mais de uma centena de músicos em palco, a maioria dos quais portugueses.
Ao contrário das edições anteriores e fruto da pandemia da Covid-19, o festival não inclui jam sessions e workshops, e os artistas estrangeiros presentes no cartaz residem em Portugal, excepção feita à Radiohead Jazz Symphony, um conjunto de seis músicos holandeses dirigidos por Reinout Douma.
Na conferência de imprensa de apresentação da 29ª edição do festival, o director-artístico do Guimarães Jazz, Ivo Martins, sublinhou o cartaz com “uma componente portuguesa fortíssima” e que artistas como César Cardoso, Hugo Raro, João Mortágua ou Pedro Melo Alves representam “a evolução do jazz português no século XXI”.
Além de nomes consagrados e emergentes do jazz nacional, o festival apresenta ainda Andy Sheppard, Julian Argüelles e Peter Evans, músicos que residem em Portugal e que “dão garantias” de actuação a eventuais “exigências sanitárias que se possam colocar”.
Município garante “todas as condições de segurança”
Na sequência das normas aprovadas no último conselho de ministros, que determinam o encerramento das salas de espectáculo às 22h00, os concertos do Guimarães Jazz serão antecipados em relação a edições passadas. Vão iniciar às 19h30 durante o período da semana e às 19h00 ao fim-de-semana. Também a lotação do Vila Flor diminui de 800 para 396 lugares, e, no final dos espectáculos, o público é convidado a sair da zona envolvente ao espaço.
A vereadora da Cultura na Câmara de Guimarães, Adelina Paula Pinto, confirmou que o plano de contingência para a realização do festival já foi aprovado pelas autoridades de saúde, admitindo, no entanto, “o conceito diferente mas possível” da edição 2020 do Guimarães Jazz. “Entre ter isto e não ter nada, é preferível ter, com todos os condicionalismos conhecidos mas com garantias de segurança”, acrescentou.
A autarca enfatizou que, atendendo ao crescimento do número de casos de Covid-19 na região, “não foi fácil” a decisão do município de avançar com a realização do festival mas apontou ao “factor educativo” da cultura.
“Se conseguirmos, através destes eventos que decorrem com todas as normas devidamente estipuladas, induzir que as pessoas que aqui estão têm comportamentos adequados à pandemia, também contribuímos para uma campanha de consciencialização para fora”, avaliou, lembrando estudos que demonstram a inexistência de surtos em espaços controlados.
Todo o programa do Guimarães Jazz pode ser conhecido no site do evento, onde se encontram disponíveis as assinaturas para aceder a todos os concertos por 45 euros e os bilhetes individuais que variam entre o gratuito e os valores de 5 a 10 euros.
