Guterres pede cooperação porque mundo nunca enfrentou tantas ameaças
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou hoje que o mundo nunca enfrentou tantas ameaças, como destruição da paz, desconfiança ou alterações climáticas e pediu cooperação entre os países presentes na abertura do debate geral das Nações Unidas.
O debate geral, um dos pontos mais altos para a diplomacia internacional, começou em Nova Iorque, com o discurso de António Guterres, na presença de mais de 100 chefes de Estado e de Governo e representação diplomática de todos os 193 Estados-membros da ONU.
Guterres criticou a falta de vontade política e do egoísmo dos países mais riscos, quando a larga maioria dos países africanos ainda não têm a população vacinada. O secretário-geral da ONU considera também que o mundo atravessa uma crise de valores e de solidariedade, que abre espaço para teorias da conspiração, o que precisa de ser combatido.
“Agora é o tempo de restaurar a confiança e inspirar esperança”, declarou.
O secretário-geral da ONU elencou seis grandes problemas que urgem combater atualmente:
1) a falta de paz (citando o exemplo da situação no Afeganistão, Etiópia, Myanmar; Síria, Israel-Palestina, Haiti e outros, e criticando o conflito económico entre duas das maiores potências, EUA e China;
2) a situação climática (pedindo mais ambição na mitigação das emissões poluentes; na dimensão financeira e na adaptação);
3) o fosso entre ricos e pobres, entre países e dentro dos países (apelando, por exemplo, à vacinação geral nos países menos desenvolvidos, e alertando para o facto de os efeitos da pandemia irem ser muito superiores nestas nações, e mencionando ainda os problemas evasão fiscal e corrupção);
4) a desigualdade de género (defendendo medidas que ponham fim à violência de género e à discriminação em todos os países);
5) a insegurança digital (sublinhando os riscos de ciberataques e outros problemas digitais);
6) o fosso entre gerações (notando que serão as novas gerações a herdar os problemas que deixamos hoje, pelo que os jovens precisam de ser trazidos para o debate, daí a criação de um novo Gabinete para a Juventude nas Nações Unidas).
c/ Lusa e TSF
