“Há jovens que não aderem por considerarem um processo menor, mas é de extrema importância”

O relógio ainda não apontava para as 8h30 e já mais de uma centena de pessoas, maioritariamente jovens, se encontrava no Altice FORUM Braga para ser vacinado contra a Covid-19. Ainda assim, são os mais novos quem mais tem faltado ao processo de vacinação.
Esta quarta-feira, dia 18, por exemplo, eram esperadas mais de 2.200 pessoas, mas, à tarde, o número de inoculações ficou aquém do expectável. O desperdício de vacinas não está em causa, mas, alertam os profissionais de saúde, o agendamento deve ser cumprido.
O enfermeiro Renato Marinho apela “aos jovens que se vacinem, porque é importantíssimo”. “Eles pensam que só acontece aos outros, mas acontece a toda a gente e, assim, estão a por em risco, além deles próprios, outras pessoas, porque podem estar assintomáticos e vão transmitindo o vírus a pessoas mais debilitadas”, explicou.
Apesar do período de férias, motivo que o enfermeiro entende que possa justificar a fraca adesão, “há muitos jovens que não estão a aderir por pensarem que é um processo menor, mas é de extrema importância”. “Queríamos que a percentagem de adesão fosse superior”, frisou. Segundo o responsável, em mais de 1.000 agendamentos diários, às vezes faltam cerca de 400 pessoas.
No centro de vacinação bracarense, entre os muitos jovens já vacinados, encontramos Ana Lúcia Pereira. Aos 30 anos, Ana deslocou-se ao Altice FORUM para a primeira dose admitindo que “nesta fase, é um dever”.
A baixa adesão dos jovens ao processo de vacinação por estes dias é, para Ana, justificada pelo facto de estarmos em agosto. “Acho que não é tanto a falta de desinteresse, mas sim o facto de terem coisas mais importantes para eles, como as férias”, acrescentou. A jovem considera, ainda assim, que “mais tarde ou mais cedo, os jovens vão conseguir conciliar a agenda”.
“Vacinem-se! Não por vocês, mas por todos”
Outra justificação tem João Barbosa, de 20 anos. Inicialmente, admite, “não era muito apologista da vacinação”, por considerar que tinham passado “pouco tempo de experiência” e desconhecerem-se ainda “os riscos” para os próximos anos. Esta quinta-feira, aguardava no recobro eventuais efeitos da primeira dose da Pfizer.
“Percebi que tinha que ser vacinado para um bem maior e como queria participar em festivais tinha que ter a vacinação em dia”, justificou. Quanto à fraca adesão dos mais novos, João diz que o motivo deve ser o mesmo que próprio teve: receio. “Não sabem o que vai acontecer daqui a um, dois ou três anos”. Para este receio, o jovem deixa um apelo: “Vacinem-se! Não por vocês, mas por todos. Não vivemos sozinhos”.
A experiência no centro de vacinação de Braga, apontado pelo vice-almirante Gouveia e Melo como o “Top 1” nacional, parece agradar a quem por lá passa. Ana Lúcia Pereira e João Barbosa elogiam a rapidez do processo.
“O papel dizia 19 minutos de tempo estimado, mas nem 10 minutos esperei. Muito bom”, referiu João.
Ana elogia ainda o atendimento, “com pessoas muito atenciosas”.
Nas primeiras horas da manhã, mais de três centenas de pessoas já tinham sido vacinadas no Altice Forum Braga. Apesar do agendamento, muitos jovens tendem a não comparecer ao centro de vacinação. Os profissionais de saúde alertam para a importância da vacinação, para proteção de todos.
