“O voto para mudar este estado de coisas é no PS/PAN” – António Braga

O Theatro Circo encheu na noite desta quinta-feira, véspera de encerramento de campanha para o comício da coligação PS/PAN protagonizada por António Braga. À porta, pelas 21H00, muitos aguardavam a chegada do secretário-geral, José Luís Carneiro, que se juntou a Francisco Assis. Foi o testemunho do eurodeputado o que mais entusiasmou a plateia, ainda assim num discurso que não surpreende quem o conhece. Assis percorreu a atualidade política nacional, a campanha autárquica, mas sem esquecer momentos particulares de partilha com o candidato de 72 anos a quem diz que não falta experiência e um currículo limpo na candidatura a um lugar que já devia ter sido seu.
Na sala principal do Theatro Circo, casa “especial” para os socialistas, mencionou-se Salgado Zenha e outros históricos do PS, falou-se da Braga “construída” por executivos PS, mas em nenhum momento se ouviu o nome de Mesquita Machado, presidente nos 37 anos, mas que não se juntou ao comício nem integra a comissão de honra.
“Braga não é deles, é de todos. Braga precisa deste recomeço” – Mandatária da Juventude
Inês João Rodrigues, presidente da Juventude Socialista, alertou que não é possível confiar “em que há teve as oportunidades e as desperdiçou”, evidenciando que António Braga “sempre chamou os jovens para a mesa de decisão”. Trabalhou connosco com respeito e sem barreiras”, e que também por isso, os jovens estão com António Braga.
O resumo das palavras mais críticas aos três mandatos da coligação Juntos por Braga coube à mandatária da Juventude, Lara Sousa Dantas, notando que “Braga está muito perigosa porque sente muito e fala pouco” e porque “se habituou às mesmas promessas e a ciclos que se repetem”. Por isso, deixou um aviso: “Braga não é deles, Braga é de todos e precisamos de alguém que seja de todos”, evidenciando ainda que António Braga com esta candidatura mostrou aos jovens “que é preciso começar de novo”.
“O António não tem medo de ir buscar quem está mais atento, quem tem mais ideias. Queremos que a política em Braga volte a ser um ato de serviço e não de domínio”, afirmou, acrescentando que o candidato socialista “é o mais atual à forma de governar”.
António Braga, “a pessoa indicada para ser presidente da CMB” e com quem Assis muito aprendeu
O eurodeputado Francisco Assis entra apenas na reta final da campanha autárquica e começa por Braga para dizer que o PS demonstra que “um grande partido democrático pode perder eleições, mas um grande partido não desiste de lutar” referindo-se à derrota das legislativas de 18 de maio e à oportunidade que se pode abrir. “A melhor resposta é ganharmos as eleições no domingo, não só por nós, mas pelo país que está agora “profundamente desequilibrado. E por isso, um PS mais forte e com maior representatividade faz hoje falta na democracia portuguesa, estou convencido que vai regressar no domingo e isso vai ser bom para os portugueses”, antecipa.
“Seria incompreensível que a maioria dos eleitores desta sidade não desse uma maioria a este candidato” Francisco Assis
Deixou uma certeza acompanhada de elogios à postura de José Luís Carneiro na liderança do PS e a fazer oposição no Parlamento: “Não somos um partido arrogante, temos ideias, valores, propósito (…) Não abdicamos disso, estamos disponíveis para entendimentos mas nunca abdicaremos de princípios para alcançar alguns votos”.
Prometeu por isso combate firme ao Chega que diz não ser um partido, mas “um movimento de uma pessoa cuja missão unica é colocar os portugueses uns contra os outros”. “É o mais fácil, mais cobarde e mais miserável de se fazer na vida política”. Assis acredita também que “o país vai assistir no domingo ao primeiro grande apagão do Chega”.
E depois de muito falar sobre o país e a atualidade política voltou ao candidato, António Braga, “a pessoa indicada” e com quem muito aprendeu. Elogiou “a capacidade de intervenção pública, o respeito pelos adversários e a vontade para negociar” , alguém que “tem tudo para ser presidente: sério, integro, com pensamento cultural e político, com capacidade de pensar realidades diferentes e capacidade de realização prática”.
No apelo ao voto em António Braga, o amarantino considerou que “seria incompreensível que a maioria dos eleitores desta cidade não desse uma maioria a esta candidatura” para liderar uma cidade “fundamental” para o país.
“Carneiro promete para domingo à noite telefonema para festejar vitória”
José Luís Carneiro subiu ao palco já com a voz desgastada, consequência de uma campanha frenética que tem vivenciado: esteve em 170 concelhos e percorreu mais de 30.000KM nas últimas semanas.
Na cidade que já foi capital do socialismo durante 37 anos sob a gestão de Mesquita Machado, Carneiro insistiu que em Braga há “uma especial aspiração a uma vitória que pode voltar a projetar Braga” e com António Braga a presidente, “um cidadão exemplar, um servidor do estado que deixou ficar a imagem de alguém que representou os interesses dos cidadãos na Assembleia da República e na Diáspora portuguesa”.
“As suas dimensões sao essenciais para a afirmação de Braga como locomotiva do desenvolvimento da região,
uma das cidades mais empreendedoras do nosso país”, atirou.
Na educação e ciência disse e repetiu o impacto da UMinho e do INL, instituições lançadas por governações socialistas, estruturas que “quem liderou Braga nos últimos doze anos não conseguiu compreender” a dimensão e importância estratégica. Na área da economia, o secretário-geral socialista salientou a proposta do PS para a instalação de uma grande área industrial perto da estação de TGV.
A finalizar procurou aproximar outras candidaturas, referindo que os partidos à esquerda do PS “identificam-se com a candidatura de António Braga”. Na despedida deixou a promessa de um telefonema na noite de domingo “para festejar a vitória”.
“Há ausência de sonho e de visão para quem cá está” – António Braga
António Braga garante que nos últimos meses visitou “tudo o que é instituição” e que nas três voltas ao concelho percecionou que “há uma ausência de sonho e de visão para quem ca está”, após doze anos em que não há uma única realização de referência que sirva os interesses desta comunidade.
Ricardo Rio não teve capacidade política para recusar BRT e reclamar metro de superfície em Braga” – Candidato do PS/PAN
Entre os projetos mencionados para concretizar nos próximos anos surge o grande parque empresarial junto à Estação TGV e que pode ser “uma âncora” de Braga, tal como outras que o PS criou no passado, mencionando a UMinho, o INL, a recuperação do Theatro Circo, o PEB e a ligação à autoestrada. Diz que hoje a CMB “não apresenta nem equidade ou justiça e que os Transportes Urbanos de Braga são um caos” e promete “um transporte que chegue a horas”. Ainda sobre esta empresa municipal que já disse que pretende “refundar” e dar escala, António Braga afirma que se vencer as eleições vai “lançar a proposta aos municípios vizinhos para que sejam acionistas dos TUB”.
A habitação foi referida de forma mais rápida mas sem esquecer o número: 500 habitações com renda acessível para as jovens famílias e a implementação de uma rede de creches para responder à lista de espera depois de a coligação Juntos por Braga não ter cumprido “com a sua obrigação de criar medidas para mitigar e resolver a questão em tempo oportuno”. “Isto resulta da incompetência de quem tem governado Braga”, criticou, prometendo mais mobilidade e acusando a coligação PSD/CDS/PPM de nem um prego colocar na nova circular de Braga quando em 2013 o PS lhe deixou “a papinha feita”.
Acusou ainda a coligação de Ricardo Rio de não ter tido voz ou capacidade política e de se contentar com os 70Milhões de PRR para o BRT quando a aposta deve estar no metro de superfície.
Por isso diz que “o voto para mudar este estado de coisas é nesta candidatura”. “Não ficaremos por aqui e estou convicto que a nossa candidatura saíra vencedora deste ato eleitoral, sobretudo porque queremos daqui a alguns meses que gostemos todos de voltar a dizer que é bom viver em Braga”, rematou.
