Propina preocupa, mas maior dificuldade para os alunos da UMinho continua a ser o alojamento

Ainda que o descongelamento da propina seja uma preocupação crescente, uma das principais dificuldades encontradas pelos alunos da Universidade do Minho é o acesso à habitação a preços controlados. Semanas depois do arranque oficial de mais um ano letivo, a RUM falou com alguns alunos da academia minhota para perceber quais despesas pesam mais no orçamento familiar.
De acordo com o relatório mais recente do Observatório do Alojamento Estudantil, em Setembro, o preço médio de um quarto em Braga rondava os 320 euros, sendo que o valor máximo encontrado apontava para os 450 euros mensais. Aos preços elevados, somam-se ainda a falta de oferta de alojamento e outras despesas diárias, como a alimentação, segundo fator de preocupação dos alunos auscultados pela RUM no Campus de Gualtar.
Sofia Marques, recém-licenciada, que ingressou na academia minhota há três anos, afirma que caso fosse caloira este ano, “com os preços a que está tudo, provavelmente não teria a oportunidade de estudar”. O alojamento, aponta, continua a ser “a parte mais complicada” devido aos preços praticados, e que à época em que estava na academia minhota, eram substancialmente inferiores. Conseguiu um quarto por um preço que não conseguiria agora. Feita as contas, somado o aumento das propinas, seria “pelo menos, mais de 100 euros de diferença na carteira todos os meses”.
No caso de Tiago Lopes, mestrando em Engenharia Biológica, a propina acaba por ser a sua maior despesa, uma vez que não paga renda porque vive em casa de familiares. Por isso, afirma que mesmo que descongelada, esse aumento “não seria um grande peso”. “Felizmente tenho família aqui, mas o meu irmão, por exemplo, entrou este ano no ensino superior e está a pagar casa e propinas e a maior fatia vai para a habitação”, exemplifica.
Ainda que Michel Gonçalves tenha a “sorte” de viver na mesma casa há cinco anos com uma “renda considerada baixa para os preços praticados atualmente”, tem a consciência de que “as pessoas estão a explorar muito a situação e a pedir valores absurdos”. “Enquanto estudantes, a situação acaba por, querendo ou não, influenciar muito a decisão de onde vamos estudar”, conclui.
Recorde-se que a UMinho terá no próximo ano letivo mais duas residências universitárias que servirão para ajudar a colmatar as dificuldades que hoje vivem muitos estudantes da instituição.
