Helicópteros anunciados por Nuno Melo não são indicados para socorro de emergência 

A notícia é avançada pelo semanário Expresso, esta sexta-feira. compra de quatro helicópteros Black Hawk para a Força Aérea ajudar na emergência médica — que o ministro da Defesa anunciou esta quarta-feira no Parlamento — vão custar €32 milhões (€8 milhões por unidade), financiados pela União Europeia através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Isto significa que as aeronaves não podem desempenhar missões militares, mas apenas civis, e mesmo para a emergência médica servirão de pouco, diz um especialista.


As suas características, desde logo a volumetria, “não permitem o transporte primário” da vítima do local do acidente para o hospital, explica Vítor Almeida, médico de helitransporte civil de doentes há 25 anos e antigo presidente do Colégio de Medicina de Urgência e Emergência. Os Black Hawk não são os mais indicados para helitransportar doentes do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) de um ponto no território para um heliporto hospitalar ou mesmo para fazer transporte entre hospitais: “Os Black Hawk são muito grandes, demoram a sair da base e são ruidosos. Os quatro meios aéreos do INEM são os que cumprem os standards internacionais: rapidez na descolagem, rápidos na execução e seguros.”

O especialista é taxativo: “Pensar que os Black Hawk podem substituir os meios aéreos que Portugal agora tem é impensável e não faz sentido.” Aliás, sublinha, “a opção do Ministério da Saúde em avançar com um concurso, que atrasou e gerou os problemas que se conhecem, para a aquisição dos meios atuais foi a escolha certa e permitiu meios excelentes”. E considera que os militares poderão ajudar em caso de necessidade de missões terciárias, para transporte de órgãos, equipas de transplantação ou material clínico, ou ainda em cenários de multivítimas ou catástrofes.

Depois de Nuno Melo ter dito, no Parlamento, que o Estado será dotado de mais um “meio acessório para ações de emergência médica”, o gabinete do ministro respondeu ao Expresso que “ficarão disponíveis para, se necessário, reforço do serviço de emergência médica”. O ministério não explicou, no entanto, em que outras missões serão empenhados quando não houver essa necessidade, uma vez que não podem desempenhar tarefas militares. O gabinete de Nuno Melo também não disse através de que procedimento concursal foram escolhidos os Black Hawk, que são fabricados pela Sikorski, do grupo Lockheed Martin, nem se há pilotos suficientes para mais esta missão. O INEM e o Ministério da Saúde não responderam ao Expresso.

Expresso

Partilhe esta notícia
Redação
Redação

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Elisabete Apresentação
NO AR Elisabete Apresentação A seguir: Sérgio Xavier às 13:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv