UMinho descobre mecanismo de combate à sarcoidose
Um estudo liderado pelo Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho identificou novas possibilidades para o tratamento da sarcoidose, doença inflamatória que afeta vários órgãos, principalmente os pulmões.
A investigação, realizada em parceria com colaboradores do Hospital de São João, resultou na descoberta de um novo mecanismo molecular na base da inflamação com nódulos ou tumores (granulomas), que se formam durante a sarcoidose, abrindo as portas à melhoria das técnicas de tratamento utilizadas atualmente.
Contactado pela RUM, Agostinho Carvalho, coordenador da equipa de trabalho, revela que esse mecanismo, baseado na proteína PTX3, vai ajudar a “impedir a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida e o outcome dos doentes”.
O investigador afirma que, atualmente, “em termos de terapia, aquilo que é usado são fármacos anti-inflamatórios que visam tratar os sintomas”, visto que “não se conhecem muito bem os mecanismos na base da doença”. Agostinho Carvalho explica que, com o trabalho desenvolvido, a equipa conseguiu “demonstrar um desses mecanismos e a possibilidade de, ao atuar sobre ele, impedir a progressão da sarcoidose”.
O estudo, enquadrado no projeto ‘Regulação Inata da Inflamação da Sarcoidose’, arrancou em 2015 e vai avançar para ensaios clínicos. O processo contou com um financiamento na ordem dos 700 mil euros, provenientes maioritariamente da Fundação para a Ciência e Tecnologia e do Centro Clínico Académico de Braga.
O trabalho da equipa coordenada por Agostinho Carvalho, que inclui o colega Relber Gonçales como primeiro autor e conta, ainda, com cientistas de Portugal, Itália, Brasil, Países Baixos, Áustria e EUA, foi publicado no ‘American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine’.
*Por Hugo Costa
