IES vão propor ao Governo “dotação específica para o suporte da atividade científica”

Algumas universidades portuguesas preparam-se para fazer uma proposta ao ministério do Ensino Superior no sentido de haver uma “uma dotação específica das instituições para o suporte da atividade científica”. A informação foi avançada pelo reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, no Conselho Geral ordinário, que decorreu esta sexta-feira.
“Hoje, o financiamento, via Orçamento do Estado, é indiferente à atividade científica e algumas instituições consideram que este não é o caminho mais interessante. Esta dotação podia garantir um compromisso maior com o emprego científico”, acrescentou.
O tema foi levantado pelo conselheiro Luís António Santos, a propósito da situação das pessoas contratadas ao abrigo da Norma Transitória, que prevê contratos de seis anos e metade já passaram.
Rui Vieira de Castro garante que esta não é uma questão que possa ser resolvida pela UMinho, porque se trata de “um problema de natureza sistémica e requer medidas de política”. “A posição do ministério vai ser decisiva, relativamente a este conjunto alargado de investigadores, responsáveis por uma parte significativa de produção científica do país”, comentou o reitor.
Na UMinho, garantiu, está a trabalhar-se numa outra solução relacionada com “o lançamento de uma carreira de técnicos de gestão de investigação”. Recorde-se que este era já um objetivo do reitor quando se candidatou a este novo mandato. “Este parece ser um caminho que pode ajudar a encontrar soluções para esta situação, que é preocupante”, referiu.
O conselheiro Nuno Cerca lembrou que o Conselho Geral lançou um questionário que já foi respondido por “1236 investigadores, 517 docentes e 26 diretores de centros” e desafiou a reitoria a ter “em consideração a opinião destas pessoas”, antes de tomar decisões.
Rui Vieira de Castro mostrou toda a disponibilidade para conhecer e discutir as conclusões do questionário e adiantou que há já “uma primeira versão de um projeto do novo regulamento de carreiras, recrutamento e contratação de pessoal não docente e não investigador, onde está prevista a carreira de gestor de ciência e tecnologia”.
