INAC pretende criar Centro de Investigação sobre as Artes do Circo

O Instituto Nacional das Artes do Circo (INAC), em Famalicão, em conjunto com o antropólogo Rui Leitão, está a promover a criação de um Centro de Investigação sobre as Artes do Circo denominado de ‘Risco’. Com a criação desse centro, é esperado iniciar trabalho que permitirá conteúdos acessíveis a novos investigadores ou estudantes de circo que pretendam conhecer melhor a história do circo em Portugal.

O ‘Risco’, segundo Rui Leitão, surge da “falta de escrita, pensamento e discussão à volta do circo em Portugal”, que a direção do INAC se começou a aperceber. “Em contraponto com outros países como Espanha, França ou até mesmo o Brasil, e a partir da necessidade de fomentar essa escrita, disseminação e discussão sobre o circo, surgiu esta possibilidade”, conta.

“Só em 2018 é que o circo foi considerado uma disciplina alvo de candidatura à Direção-Geral das Artes – coisa que, em outros países, já é há muitos anos. Até então, as atividades circenses iam sempre para aquilo que eles chamam de “cruzamentos disciplinares”, que era o único sítio onde se enquadravam”, acrescenta o atropólogo.

Rui Leitão destaca que a arte circense portuguesa, apesar de ter um grande reconhecimento com prémios internacionais e com artistas e instituições reconhecidos internacionalmente, não tem sido alvo de estudos nas ciências sociais, assim como em outras disciplinas. “Em Portugal, podemos contabilizar cerca de oito livros publicados sobre circo, cerca de 14 trabalhos académicos, sendo que só um é de doutoramento”, nota.

Para o antropólogo, a falta de conversa sobre as artes do circo gera “mitos que promovem um desconhecimento da arte do circo e, com isso, vai-se protelando os apoio necessários para esta área”, conclui.

Desde 2023 que este centro de investigação tem vindo a desenvolver contactos com várias famílias de circo com o intuito de conhecer o património, material e imaterial, e perceber como é que um dia poderá ser divulgado publicamente. 

No contacto que Rui Leitão tem feito com as famílias de circo, tem vindo a perceber que os proprietários deste espólio estão preocupados com o que pode vir a acontecer ao legado que foram herdando pelos seus familiares. A falta de condições para o devido armazenamento e conservação deste espólio é atualmente a maior preocupação de ambas as partes, dos herdeiros e do INAC.

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Maria Carvalho
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