Integração na NATO. Zelensky disposto a deixar Presidência “imediatamente” pela paz 

O presidente ucraniano afirmou, este domingo, estar disposto a deixar a Presidência “imediatamente” em troca da integração da Ucrânia na NATO – questão à qual Washington parece se estar a opor, numa altura em que aumentam as tensões entre Volodymyr Zelensky e Donald Trump. O chefe de Estado ucraniano apelou ainda ao homólogo norte-americano para que dê garantias de segurança concretas para ajudar Kiev a defender-se da invasão russa.

“Se precisarem que eu deixe o meu lugar, estou pronto”, explicou o presidente ucraniano, numa conferência de imprensa, em Kiev. “Posso trocar [a Presidência] pela [integração na] NATO”.

Numa conferência de imprensa realizada em Kiev, na véspera de fazer três desde o início da guerra, Zelensky afirmou que trocaria de bom grado a presidência pela adesão da Ucrânia à NATO, se tal oferta fosse feita. Para o presidente ucraniano, é evidente que “não estará no poder durante décadas”.

O presidente ucraniano espera ainda que Donald Trump entenda a sua posição e dê garantias de segurança para ajudar Kiev a proteger-se de um novo ataque russo após um possível acordo para encerrar as hostilidades.

“Espero mesmo que Trump entenda a questão”, disse Zelensky. “Garantias de segurança de Trump são essenciais”.

Zelensky acrescentou que queria ver Trump como um parceiro da Ucrânia, mais do que um simples mediador do conflito com Moscovo.

“Eu quero que seja mais do que apenas mediação, isso não é o suficiente”.

Trump tinha prometido, durante a campanha, acabar rapidamente com a guerra na Ucrânia, desencadeada pela invasão russa há três anos, mas desde uma conversa telefónica com Vladimir Putin, a 12 de fevereiro, retomou a retórica do Kremlin sobre a responsabilidade das autoridades ucranianas no conflito e descreveu o presidente ucraniano como um “ditador sem eleições”.

A Rússia há muito que exige que a Ucrânia realize uma votação presidencial como parte de um acordo de paz. Mas a legislação ucraniana proíbe eleições durante a lei marcial, que está em vigor desde que a Rússia lançou sua invasão em fevereiro de 2022.

A agravar as tensões entre Washington e Kiev, o presidente dos Estados Unisdos afirmou que a presença do líder ucraniano nas conversações para pôr fim à guerra não era “muito importante”. Esta aproximação entre EUA e Rússia levou a maioria das capitais europeias a temer que Moscovo se torne ainda mais poderoso na Europa.

A Ucrânia assinala na segunda-feira o terceiro aniversário do início da invasão russa, que desencadeou uma guerra com um balanço de perdas humanas e materiais de dimensão ainda não inteiramente apurada. Desde fevereiro de 2022, Kiev tem contado com ajuda financeira e militar dos aliados ocidentais.

Também esta segunda-feira, Kiev vai realizar uma cimeira internacional para assinalar os três anos da invasão russa, contando com a presença de 13 líderes estrangeiros na capital ucraniana, enquanto outros 24 participam em formato remoto. Segundo Zelensky, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e 24 comissários europeus vão estar na cimeira, que visa discutir novas medidas para pôr fim à guerra e abordar possíveis garantias de segurança para a Ucrânia quando o conflito terminar.

“Temos uma reunião importante amanhã, uma cimeira. Talvez este seja um ponto de viragem”.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, é um dos líderes que confirmaram a sua presença em Kiev na segunda-feira, segundo a agência espanhola EFE.

“Precisamos de parceria, precisamos de ajuda, mas não podemos perder a nossa independência, não podemos perder a nossa dignidade”, disse Zelensky.

Além das garantias de segurança, que Zelensky diz que a Europa e os EUA podem dar a Kiev, o líder ucraniano disse que os líderes europeus vão debater a estratégia “não para os próximos anos, mas para as próximas semanas”.

RTP

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