Investigadores do INL solucionam problemas da introdução de Ómega-3 em alimentos

O Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) desenvolveu uma técnica que permite minimizar o odor provocado pela adição de Ómega-3 em alimentos. O artigo com as conclusões desta investigação foi capa da edição de Março da ‘Food & Function’, uma revista científica da Royal Society of Chemistry, sediada em Londres.

O Ómega-3 é formado por ácidos gordos com importantes benefícios para a saúde das pessoas, tais como a melhoria do sistema cardiovascular, a diminuição de inflamações, a melhoria da função cognitiva e um melhor desenvolvimento neurológico e visual. Nesse sentido, a indústria tem vindo a aumentar o interesse no enriquecimento de alimentos com este composto. 


No entanto, de acordo com a investigadora Ana Isabel Bourbon, um dos principais problemas é a sua “elevada taxa de oxidação, que acaba por afectar a qualidade dos alimentos e promove o desenvolvimento de propriedades organoléticas negativas, tais como o desagradável sabor a ranço, que contribuem para reduzir a aceitação pelos consumidores”.


Para mitigar esse problema, a responsável pela investigação do INL explica que se procedeu “à encapsulação do Ómega-3 através do método de nano-emulsificação com lactoferrina, uma proteína do leite, como surfactante natural”. “Ao encapsular, protege-se o Ómega-3 e torna-o mais agradável em futuros alimentos, sem se sentir o aroma, diminuindo a sua rancicidade ao longo do tempo e aumentando a sua biodisponibilidade no organismo humano”, complementa.

Os resultados mostraram que as nano-emulsões, com um tamanho de cerca de 200 nm, são estáveis a 4 °C durante 70 dias, apresentando uma libertação reduzida no estômago e uma libertação superior no intestino delgado. Além disso, observou-se que as nano-emulsões podem ser utilizadas com 12,5 μg.mL -1 de Ómega-3 encapsulado, sem afetar a viabilidade celular.

Esta abordagem demonstra a capacidade de encapsulamento à nano-escala como uma forma eficaz e segura de fornecer Ómega-3 ao organismo humano, bem como a possibilidade de utilizar esta técnica para encapsular diferentes compostos bioativos lipofílicos.

Depois de comprovado o sucesso desta técnica, Ana Isabel Borbon refere que “ainda faltam alguns passos” para que o produto final chegar ao consumidor, como a realização de testes que, por exemplo, “garantam a inexistência de qualquer tipo de alergenicidade” e “indiquem as dosagens que devem ser usadas”.

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Tiago Barquinha
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