IPSS sem apoios do Estado ajuda mais de 300 crianças e jovens sobredotados

O trabalho que se faz em Portugal com os alunos sobredotados e com altas capacidades por instituições como a ANEIS é elogiado por outros países. Com oito delegações de Norte a sul, incluindo Braga, a Associação Nacional para o Estudo e a Intervenção na Sobredotação acompanha perto de 300 crianças e jovens sobredotados, sessenta dos quais na delegação de Braga.
Apesar de se tratar de uma IPSS, não há qualquer tipo de financiamento por parte do Estado, uma situação lamentada pelo presidente da instituição. “Não estamos afastados da realidade e vemos isso pelos congressos internacionais. As pessoas ficam surpreendidas como é que fazemos todo este trabalho, sem apoios. 90% das pessoas que colaboram com a ANEIS são voluntárias”, explica Alberto Rocha.
Ontem à noite, no programa de grande entrevista da RUM, Campus Verbal, o dirigente alertou para o facto de a ANEIS ser uma IPSS “sem linhas de apoio da Segurança Social”.
“Temos um estatuto, mas não temos benefício. Algo tem que mudar. Porque é que há linhas de apoio à deficiência, os que estão abaixo, e não há linhas para os que estão acima? São muitas injustiças juntas que dificultam o nosso trabalho”, denuncia.
A Associação tem pedidos de apoio de adultos, mas não consegue responder. No entanto, Alberto Rocha garante que no caso de crianças e jovens, ninguém é excluído por falta de recursos. “Uma criança que não tem recursos, nós vamos ter que encontrar forma de lhe dar esses recursos, procurando parceiros, mas há-de ter os recursos que precisa para se desenvolver, também é para isso que existimos”, explicou, assegurando que a ANEIS está atenta a esses casos.
Nesta entrevista à Universitária, o presidente da ANEIS deixou a mensagem de que os alunos sobredotados também necessitam de apoio.
