João Baptista acusa candidato da coligação de copiar ideias da CDU

O candidato da CDU à Câmara Municipal de Braga, João Baptista, acusa o candidato da coligação Juntos por Braga e atual vereador na maioria do executivo municipal de se apresentar perante o eleitorado com propostas que a CDU já defende há vários anos, nomeadamente em matéria de mobilidade, um dos principais constrangimentos no concelho. A conclusão da Variante do Cávado é um desses exemplos. João Baptista lembra que não foi apenas há uns meses que a CDU exigiu publicamente e até na Assembleia da República a conclusão da ligação do Nova Arcada à rotunda do Eleclerc. O mesmo no que respeita aos interfaces na cidade para que os automobilistas ali coloquem os seus carros optando por seguir para o centro da cidade nos Transportes Urbanos de Braga. Lembrando que já nas eleições autárquicas de 2017 a CDU já apresentava no seu programa eleitoral o passe TUB tendencionalmente gratuito para os residentes em Braga, João Baptista considera que João Rodrigues “vai a reboque da CDU” e não o seu contrário. Medidas que a atual maioria não valorizou ou concretizou, avisa.

Com várias críticas à gestão de Ricardo Rio durante os últimos doze anos, critica a “inércia” em dossiers como o Parque Ecomonumental das Sete Fontes, a habitação a custos controlados ou o “parto difícil” que tem sido o BRT.

A CDU, garante, é a favor do BRT, mas João Baptista recorda o eleitorado que das quatro linhas iniciais sobra apenas uma e que mesmo essa se encontra em risco dada a pressão temporal para a sua execução através de fundos do PRR. E sobre a linha vermelha – Estação – UMinho – Hospital de Braga, na ótica do candidato a solução ideal seria a passagem pelo centro do Campus de Gualtar e não o desvio que a instituição exigiu ao município de Braga. Definido o traçado, João Baptista apela à celeridade. “Que se faça, o que é importante, é que eu gostava que o João Rodrigues tivesse esse argumento aqui, que era, em setembro, pensa em inaugurar já essa fase, mas isso não conseguiu”, apontou.

Ainda numa análise ao executivo municipal que este ano cessa funções, refere que manifesta também défice de atenção para a mobilidade suave e para as ciclovias, recordando o episódio das linhas vermelhas pintadas no chão. “Algumas coisas que foram feitas tocaram um bocadinho no ridículo”, exemplificou.

“Ricardo Rio como maestro  teve maus executantes”

Numa avaliação ao trabalho de Ricardo Rio e dos seus executivos nos três mandatos como presidente, João Baptista afirma que apenas saltou à vista o primeiro mandato, também por força do “protagonismo” que o presidente assumiu, considerando que desde então tem vindo a descer.

“Desde meados do segundo mandato até este terceiro mandato, tem vindo sempre a descer. Tanto na execução, a tão prometida a execução de projetos para a cidade que era a bandeira do Ricardo Rio e do João Rodrigues, nomeadamente o Parque das Sete Fontes (…) olhando para a cidade de Braga, dando uma volta pelo centro, os espaços culturais que seriam importantes estar abertos neste ano, Braga Capital Portuguesa da Cultura, estão fechados: é a Casa dos Crivos, é o Museu da Imagem, é o Media Arts Centre, Antigo Cinema São Geraldo, é o Complexo Arqueológico das Carvalheiras, ou seja, há uma data de projetos que eu como deputado da Assembleia Municipal denunciei que vinham nas chamados de grandes opções do plano para o ano seguinte e terminávamos o ano e ainda não estavam executadas. Voltámos  a pedir e exigir que se executassem essas grandes opções e a verdade é que em termos de execução, Braga está muito aquém do que se esperava desta coligação”, resume.

Com o flagelo crescente na área da habitação, o candidato da CDU considera que o município se ficou pela residência universitária da Fábrica Confiança e que não investiu na habitação a preços controlados como fizeram cidades como Lisboa ou Porto. “Braga foi das cidades que menos beneficiou do PRR para construção de habitação a custos controlados. No mínimo eu corava de vergonha se fosse do Executivo e chegasse ao fim deste mandato com zero apartamentos entregues, zero em execução. Neste momento fala-se uma coisa pequena de 66 apartamentos, uns de rendas controladas, outros de início de execução da obra, mas o PRR está a terminar em 2026 e nós não tivemos de facto conclusão e não resolvemos o problema da habitação”, criticou.

Reforçando que a habitação é um tema que tem vindo a agudizar-se, João Baptista reafirma que “Braga transformou-se da cidade mais barata do país numa das mais caras” situação que está, nomeadamente, a atirar jovens famílias para concelhos vizinhos como Vila Verde, Amares, Póvoa de Lanhoso e que posteriormente 

acaba por prejudicar, simultaneamente, o trânsito de Braga já que em muitas situações é preciso entrar e sair da cidade para trabalhar.

“Eu acho que Ricardo Rio, como o maestro desta equipa de vereadores e de administradores de empresas municipais, teve maus executantes”, resumiu.


João Baptista foi o segundo candidato à CMB nas eleições autárquicas de 12 de outubro a conceder à RUM uma grande entrevista. Falou das motivações da candidatura, das propostas, dos concorrentes já conhecidos, mas também do trabalho da atual maioria, nos últimos doze anos liderada por Ricardo Rio, da coligação Juntos por Braga.


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Elsa Moura
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Sérgio Xavier
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