Livros com RUM dá voz a autores de todo o mundo há 16 anos

Há precisamente 16 anos ia para o ar, na Universitária, a primeira emissão do Livros com RUM.

É o programa do género mais antigo do país. Em dia de aniversário ouvimos o autor, António Ferreira, que, todas as quintas-feiras, com o apoio do radialista Sérgio Xavier, leva aos ouvintes da RUM as histórias de autores de todo o mundo. “O Livros com RUM é um jovem, ganhou estatuto, segurança e confiança no que foi feito ao longo destes anos”, disse António Ferreira, assumindo que este é “um processo em crescimento, desde a primeira emissão até hoje”.


Ao longo de mais de uma década e meia, António Ferreira, um amante da literatura, lembra “grandes momentos e grandes conversas, que servem para tudo, mas, fundamentalmente, para uma dimensão cívica, a partir da educação, do saber e da literatura, se adquirir um espírito crítico, para analisar a vida, porque os livros são um espelho onde vemos a vida”.

“Temos um público-alvo que nos escuta em todo o lado. Recebemos correspondência da Namíbia, Israel, Bélgica, ou Timor, que manifestam o ponto de ligação que têm à língua, cultura e literatura portuguesas”, acrescentou o autor.

São muitos os momentos que António Ferreira recorda ao longo deste tempo, mas há um que o marcou particularmente: “Um dos momentos marcantes foi com um poeta do Porto, lembro me sempre dele, veio às antigas instalações e já estava muito doente, mas fez questão de vir à Rádio, e foi uma grande conversa. Joaquim Castro Caldas leu poemas e foi das experiências que não tenho adjetivo para catalogar. Percebia-se que estava no final de vida e acabaria por falecer passado pouco tempo”.

Tem em Virgílio Ferreira o autor de eleição, aquele que “nunca desilude”, mas Agustina Bessa Luís é também uma das escritoras que merece a admiração de António Ferreira. Esteve perto de concretizar o sonho de conversar com a escritora, mas acabou por entrevistar a filha, na casa de Agustina, aquela que considera “a grande escritora da segunda metade de século XX”.

Dezasseis anos de conversas permitem fazer grandes descobertas literárias. É o caso da mexicana Valeria Luiselli e do colombiano Juan Gabriel Vásquez.

“Acredito que o livro não vai desaparecer. Os jovens estão ligados às tecnologias, mas penso que é uma questão civilizacional. O livro acompanhou sempre a civilização humana e tenho a certeza que ira sempre acompanhará. O problema está no modo como conseguimos cativar o interesse dos jovens para a literatura ou estimular sem ser impositivo e é em casa que as pessoas devem ser estimuladas a ler”, afirmou António Ferreira.

Para o futuro, o autor do Livros com RUM não espera grandes mudanças no formato, que, uma vez por mês, troca o estúdio por um espaço público da cidade de Braga, para a conversa com um escritor. António Ferreira deseja apenas que o programa continue em antena “outros tantos anos e sempre com a mesma dedicação e a pensar em quem está do outro lado”.  

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Liliana Oliveira
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