Mãe há quatro meses, Sónia sagra-se campeã nacional e sonha com os Jogos Olímpicos

Foi mãe em Agosto pela primeira vez e, passadas duas semanas, já estava a treinar. Quatro meses depois da maternidade, Sónia Gonçalves foi coroada campeã nacional de badminton a nível individual e em pares senhoras. Agora o foco está nos Jogos Olímpicos de Tóquio e conta com “uma motivação extra”.

“Não estava nada à espera. Foi uma descoberta muito tardia, o que no momento me fez pôr em causa muita coisa, nomeadamente a parte desportiva”. A atleta famalicense só descobriu que ia ter um filho duas semanas antes do parto, depois de ter “aparecido um alto na zona direita da barriga”.

No programa RUM(O) Desportivo, emitido esta sexta-feira, Sónia Gonçalves explicou que, anteriormente, “as alterações no corpo não foram visíveis”. “Não desconfiei absolutamente de nada. Não engordei praticamente. Aliás, depois de saber, nas duas semanas em que fui vigiada, perdi peso”.

Numa fase em que procurava o apuramento para os Jogos Olímpicos, que viriam a ser adiados, a atleta confessa que, caso não houvesse pandemia e se qualifica-se, “tendo em conta a altura em que o bebé nasceu, poderia descobrir [que estava grávida] apenas em Tóquio”.

Até ter conhecimento da situação, a jogadora de 26 anos estava a treinar duas vezes por dia, com um complemento físico, de ginásio ou de corrida. No entender de Sónia Gonçalves, isso fez com que “demorasse pouco tempo a recuperar da gravidez e voltasse a treinar duas semanas depois”, destacando o papel “muito importante” do treinador Bruno Gomes.


Dos títulos nacionais ao regresso da qualificação para os Jogos Olímpicos


Embora tenha continuado a sua preparação, a atleta de badminton esteve nove meses sem competir, não devido à gravidez, mas por causa da pandemia. Já depois de ter o filho, Sónia Gonçalves voltou à competição em Novembro, com a presença no 55.º Portuguese International Championships, no Centro de Alto Rendimento das Caldas da Rainha. 


Um mês depois, ao serviço do Famalicense Atlético Clube, revalidou o título nacional de badminton em termos individuais e o de pares senhoras, ao lado da irmã Adriana. “Num ano de pandemia e em que fui mãe, claro que estes títulos tiveram um sabor especial. Ainda para mais um deles foi ao lado da minha irmã, que tem sido um apoio incrível nesta fase, a todos os níveis”. 


As agulhas estão agora viradas para os Jogos Olímpicos, previstos para o período entre 23 de Julho e 8 de Agosto. A qualificação retoma em Janeiro na Estónia. Há várias provas a serem adiadas ou canceladas, sobretudo no circuito asiático, e, por isso, as hipóteses de Sónia Gonçalves se apurar depende também da evolução das condições sanitárias. 


“Como a competição é escassa, a concorrência vai ser muito forte, tanto por parte dos atletas que ainda não se qualificaram, como dos que já têm a presença em Tóquio assegurada, que se querem preparar da melhor forma”. Independentemente das dificuldades, a atleta que ocupa a posição nº 141 do ranking mundial garante que “o sonho continua de pé” e acredita que “o apuramento é viável”. 


“Depois de um ano destes, se me apurasse, era a cereja no topo do bolo. A partir daí podia assumir que a minha carreira desportiva estava concretizada”, refere a jogadora de badminton que participou nos Jogos Europeus de 2015 e de 2019, em Baku, no Azerbaijão, e em Minsk, na Bielorrússia, respectivamente.

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Tiago Barquinha
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Sara Pereira
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