Maior prémio europeu de investigação sobre obesidade infantil veio para a UMinho

O maior prémio europeu para jovens investigadores em obesidade infantil veio para a Universidade do Minho. A laureada foi Sofia Marques Ramalho, investigadora do Centro de Investigação em Psicologia (CIPsi), que agora terá a oportunidade de publicar os resultados dos seus estudos sobre comportamento alimentar na prestigiada revista “Obesity Facts”. O galardão foi entregue na 28º Congresso da Associação Europeia para o Estudo da Obesidade (EASO).

Os estudos mais recentes, segundo a investigadora da academia minhota, têm revelado a existência de padrões alimentares familiares pouco saudáveis. De uma forma informal, os estudos permitem perceber que “existe um elevado nível de sedentarismo”, uma vez que os jovens de hoje passam muitas horas em frente a ecrãs e/ou sentados na escola, logo é “difícil compensar padrões alimentares que possam não ser tão saudáveis”.

No âmbito da sua tese de doutoramento, Sofia Ramalho, deu um uso positivo à plataforma Facebook. O projeto “APOLO-TEENS”, uma espécie de complemento ao tratamento dos adolescentes com excesso de peso em contexto hospitalar, disponibilizou um olhar multidisciplinar, de modo a complementar o acompanhamento no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No total integraram o projeto mais de 200 jovens, sendo que para efeitos do estudo só foram contabilizados os resultados de perto de 60. “O que fizemos foi desenvolver um programa de intervenção de índole psicoeducacional com a duração de seis meses. Todas as semanas lançávamos um vídeo com um tema e uma tarefa associada. Também disponibilizamos uma aplicação em que todas as semanas monitorizavam os seus comportamentos alimentares, atividade física e tempo em frente de um ecrã”, explica.

Neste momento, no SNS não é feito um acompanhamento com intervenção multidisciplinar, ou seja, com recurso a nutricionistas, psicólogos e pediatras. A investigadora revela que mais de 20% das crianças/adolescentes sofrem de obesidade. Um caminho perigoso que pode levar ao desenvolvimento de patologias como a diabetes ou cardiovasculares. Sofia Ramalho alerta também para o desenvolvimento de comportamentos alimentares problemáticos, baixa autoestima e/ou insatisfação com a imagem.

Atualmente, a investigadora do CIPsi está a trabalhar num projeto complementar, liderado pela professora Eva Conceição, que tem com missão entender se os comportamentos alimentares têm impacto na capacidade de atenção e memórias dos jovens e adultos. A equipa pretende ainda criar uma plataforma de intervenção que possa ser utilizada por toda a família. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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