Mais de 20 mil inquéritos epidemiológicos em atraso no Norte

Existem infectados que nunca chegam a ser identificados, o que propaga as cadeias de transmissão, avança a RTP esta quinta-feira.
Os especialistas de saúde pública garantem que o reforço de militares e estudantes no rastreio e vigilância está desaproveitado com a aplicação de diferentes métodos de identificação de casos positivos e contactos de alto risco.
São mais de 20 mil os inquéritos em atraso, segundo Ana Mendes, responsável do Gabinete de Risco covid-19 ARS Norte. Ana Mendes sustenta que é de “extrema importância que o primeiro contacto seja feito por um profissional de saúde pública”. Apesar disso, nem todos seguem essa metodologia. Nalgumas situações, os estudantes de enfermagem é que ligam ao caso positivo e a identificação dos contactos de risco é pedida por e-mail. Segundo os estudantes, “grande parte das pessoas responde”.
Mariana Perez Duque, da Unidade de Saúde Pública Porto Ocidental, refere que esta metologia do contacto via estudantes de enfermagem permitiu acelerar o processo. “Pelo menos sete centenas de contactos foram feitos e já não estão atrasados graças a essa metologia”, explica.
Ainda assim, o método não convence todos os especialistas. Gustavo Tato Borges, vice-presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública avisa que “uma grande quantidade de pessoas não vai perceber quem são os seus contactos de risco e vai introduzir uma data de gente que se calhar não fazia sentido, mas que está em casa à espera de ser contactado”. O responsável considera que o método “não é uma vantagem, não vai ser mais rápido e é apenas para dizer que está feito”, Na oponião de Gustavo Tato Borges, a avaliação de risco “deve ser feita por alguém que tem formação mínima na área”.
Com RTP
