Marcelo faz um hino à portugalidade no discurso do 10 de junho

Um elogio ao povo português e à sua história. Este foi o foco do discurso do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia do Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades, na Avenida Central, em Braga. Há 32 anos que a cidade dos arcebispos não recebia as comemorações do 10 de Junho.

O grande ausente foi o Primeiro-Ministro, António Costa, que por questões de saúde foi representado pelo Ministro João Gomes Cravinho. Esta foi a primeira vez que um Chefe de Governo não participou nas celebrações.

Perante uma multidão de minhotos que num dia quente se deslocou à cidade bimilenar, Marcelo sublinhou, ao longo de um discurso de 15 minutos, a força e esforço do povo português e, sobretudo, dos emigrantes que “quanto mais longe estão mais portugueses ficam”.

O Chefe de Estado recordou o papel de Braga e Guimarães no início da história de Portugal. Foi do Minho que que seguiu “a aventura coletiva de nos separarmos do reino de Leão. Nunca mais pararmos na nossa afirmação nacional. E o povo sempre presente na fé cristã, abraçando outras crenças e a liberdade de ter ou não fé”, declara.

Marcelo Rebelo de Sousa dedicou parte do seu discurso à Constituição de 1822 e à independência do Brasil. “Celebramos este ano dois séculos do começo do fim do nosso império colonial, partilhando o júbilo dos nossos irmãos do outro lado do Atlântico como outro passo do nosso povo, que se desdobrou em dois, o povo brasileiro e o povo português, com a naturalidade do que era inevitável e portador de futuro”.

Assinalando a Cimeira dos Oceanos que terá lugar em Lisboa no fim deste mês, defendeu que “só é possível em Portugal porque o mesmo povo português escolheu o oceano como seu destino”. “São os milhões e milhões de portugueses de carne e osso que fizeram Portugal, que fazem Portugal, que farão Portugal. Foi o povo que deu o que tinha e o que era sempre Portugal. Foi o povo português que cruzou oceanos e fez dos oceanos a nossa nova terra de futuro”, declarou.

“Viva os portugueses de ontem, hoje e sempre”, concluiu.

O primeiro a discursar nestas celebrações foi Jorge Miranda, um filho da terra, escolhido por Marcelo para presidir as celebrações. O professor também evocou a necessidade de uma maior ´portugalidade` e aproveitou o momento para alertar para os “atropelos” que a língua portuguesa tem sofrido, nomeadamente, “erros de sintaxe nos órgãos de comunicação social” e “denominações de escolas superiores em inglês”, muitas das quais públicas. “O inglês tornou-se língua franca universal”, refere Jorge Miranda.

Mais de 2 mil militares dos três ramos das Forças Armadas desfilaram, na Avenida Central de Braga. O Presidente da República segue para Londres onde estará em contacto com a comunidade portuguesa no Reino Unido. 

Partilhe esta notícia
Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Music Hal
NO AR Music Hal A seguir: Abel Duarte às 08:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv