Mariana Mortágua. Braga está “no centro da política nacional pelas piores razões”

Braga está “no centro da política nacional pelas piores razões”. A opinião de Mariana Mortágua, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE) que, à margem de um jantar-comício em Frossos, apontou o caso Spinumviva, onde surgem nomes como o de Luís Montenegro, primeiro-ministro, e João Rodrigues, candidato da coligação Juntos Por Braga (PSD/CDS-PP/PPM) como um dos temas que marcaram negativamente esta campanha autárquica.

A líder partidária afirmou que Braga está “intimamente ligada ao caso da Spinumviva”, sublinhando que o candidato do PSD é uma figura associada a esses negócios, “que não foram explicados até hoje e que vão perseguindo o primeiro-ministro ao longo da sua vida política”. A coordenadora bloquista acrescentou que é precisamente o surgimento desse caso durante a campanha que, segundo disse, justifica a antecipação do Orçamento do Estado, um episódio que “transporta Braga diretamente, pelas piores razões, da política autárquica para a política nacional”.

“António Lima pode fazer toda a diferença na câmara de Braga”


A coordenadora do Bloco de Esquerda destacou o candidato à autarquia bracarense pela experiência política e pelo reconhecimento conquistado ao longo dos anos. Na sua opinião, António Lima é “um homem de seriedade e de dedicação aos seus princípios, reconhecida no distrito e no país”, além de “um advogado competente, com maturidade e capacidade para fazer toda a diferença” no executivo municipal.

Para Mariana Mortágua, a entrada do BE na câmara seria determinante para reequilibrar as forças políticas locais, num cenário que descreveu como “um PS sem projeto claro, um PSD ligado à gasolineira a quem Montenegro prestou serviços e o Chega”, partidos que, disse, não oferecem soluções estáveis para a cidade. Na perspetiva da líder bloquista, “ter um vereador como António Lima pode mudar a balança e fazer toda a diferença”.

Visão do ministro da educação sobre as propinas “é errada”


A líder bloquista reagiu ainda às declarações do ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, que considerou “um erro” o foco das manifestações estudantis pela gratuitidade do ensino superior. “É uma visão errada. A Constituição e a democracia portuguesa assentam em serviços públicos tendencialmente gratuitos e universais. A ideia de que quem pode paga e há uma ação social para os pobres contraria esse princípio democrático e constitucional. A universidade tem de ser acessível a toda a gente.”

Mortágua defende que a gratuitidade deve ir além das propinas, abrangendo também a habitação e melhores condições para quem investiga: “além de não ter propinas, devíamos garantir habitação a todos os estudantes que dela precisam. As propinas de segundo ciclo são demasiado caras, o que faz com que muitos estudantes tenham de trabalhar. E há muitos investigadores nesta região. Acabar com a precariedade no ensino superior é também uma condição de desenvolvimento”, vincou.

Mariana Mortágua falou ainda sobre a sua recente viagem na flotilha humanitária, que não chegou ao destino final (Gaza), descrevendo a experiência como dura e reveladora. “A flotilha não é sobre os participantes, tampouco é sobre aquilo que nós passámos. Não foi um passeio, não foi agradável, não foi confortável. Mas os verdadeiros heróis desta história são o povo palestiniano, que está a lutar pelo que resta da humanidade no mundo”, sublinhou. A deputada à Assembleia da República acredita que as missões humanitárias continuarão: “Acredito que haverá um barco que vai chegar até Gaza num futuro próximo, porque as flotilhas continuarão a ir”, concluiu.

António Lima faz balanço positivo da campanha

O candidato do Bloco de Esquerda à câmara de Braga, António Lima, afirmou que a campanha autárquica foi “difícil”, mas marcada por um contacto direto com a população. “Os militantes esforçaram-se muito por levar os nossos projetos e as nossas palavras de ordem até aos cidadãos e aos munícipes, para perceberem qual era a nossa mensagem e o que é que queríamos dizer com o lema ‘Fazer Cidade’. Penso que chegámos a um grande número de cidadãos e estamos confiantes que compreendam a nossa mensagem e, estando de acordo, o manifestem.” O candidato afirmou estar confiante até “ao encerramento das urnas”. 

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