Metrobus Guimarães – Braga vai custar pelo menos 300ME

Continua a ser o tema quente nos paços do concelho de Guimarães. Metrobus ou metro de superfície de ligação entre os concelhos de Guimarães e Braga, isto porque o candidato do PS nas autárquicas deste ano não partilha exatamente da mesma visão do presidente em funções, também ele do Partido Socialista. Esta segunda-feira, a reunião de executivo municipal voltou a ser marcada, no período antes da ordem de trabalhos, pela questão: defendem ou não a mesma modalidade os membros do PS em funções e a concelhia do PS de Guimarães e o candidato escolhido, Ricardo Costa. O PSD tem aproveitado estas divergências para exigir uma clarificação da mensagem a quem governa e a quem pretende governar.
PSD exige clarificação do atual executivo socialista
Ricardo Araújo, vereador do PSD na oposição e candidato à liderança da CM de Guimarães sublinha que se trata “de um projeto estratégico para Guimarães, de 300Milhões de Euros” razão pela qual vinca que “não pode haver dúvidas quem o defende e quem não o defende”.
“O PS local [o candidato Ricardo Costa] diz expressamente que não haverá BRT, penso que era muito mau se amanhã víssemos alguns dos senhores vereadores que hoje são favoráveis ao BRT, amanhã integrarem listas a dizer exatamente o contrário. Se eu for eleito presidente de câmara haverá metrobus em Guimarães logo no primeiro mandato. Que não haja dúvidas nenhumas”, disse de forma taxativa aos jornalistas depois da reunião de executivo.
O social democrata, que ocupa também funções de deputado na Assembleia da República, antecipa que estas declarações divergentes podem “fragilizar a posição de Guimarães”, “além de ser uma facada nas costas do presidente da câmara”, o mesmo que “procurou durante o seu mandato o consenso das forças da oposição e conseguiu-o”. “O próprio partido do presidente da câmara vem dizer que com eles este projeto não será concretizado, mas será outro”, atirou, referindo-se ao metro de superfície.
“É um investimento muito estratégico” – Domingos Bragança
Ora, Domingos Bragança esclarece que “o que está em negociação com o governo é o BRT e não o metro ligeiro de superfície”, no entanto, os projetos para a infraestrutura do canal “tanto dá para o BRT como dá para o metro ligeiro de superfície”. Assim, fica “acautelado” que mais tarde, se pretenderem mudar “é possível, porque a infraestrutura está adequada”. De momento, uma das diferenças substanciais está nos valores do investimento do metro. O socialista avisa que também que o metrobus “é um transporte muito flexível”.
“Este investimento é muito estratégico. Não é normal Guimarães ter um investimento da ordem de 400ME. Foi criado este consenso com o anterior governo, e com este, e a parte difícil é obtermos este financiamento e é isto que vou levar a este governo”, argumentou.
Segundo o autarca, numa das próximas reuniões o executivo em funções irá apresentar o trabalho que está a ser realizado no âmbito da mobilidade, nomeadamente este canal próprio para o metrobus cujo traçado não está fechado.
Uma vez mais, o atual presidente em funções não pretende interferir em campanhas eleitorais onde já não será protagonista, mas insiste em recordar que se trata de um projeto “que está a ser trabalhado há vários anos a esta parte”, evidenciando que “é muito importante que o governo diga exatamente onde vai ficar a futura estação de alta velocidade”, para concluir o traçado de ligação. “A freguesia de Escudeiros estaria bem para Guimarães, para Famalicão e para Braga”, foi uma sugestão que fez questão de repetir.
