Miguel Alves diz que caso do centro de exposições existe por ser secretário de Estado e ser de Caminha

Miguel Alves, secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, que está a ser investigado pelo Ministério Público, devido ao caso em torno do centro de exposições de Caminha, afirmou, em entrevista ao JN/ TSF, que este caso existe por causa do cargo que agora ocupa. O ex-autarca de Caminha diz-se segurdo da legalidade do processo e não duvida que o centro será uma realidade, lembrando ainda que o promotor já investiu 600 mil euros no concelho, mesmo que as “imprecisões” sobre o seu percurso lancem a sensação de que se trata de um empresário-fantasma.


Recorde-se que em causa está a construção de um Centro de Exposições Transfronteiriço em Caminha, no distrito de Viana do Castelo, uma obra que ainda não começou depois do contrato-promessa entre o promotor e a autarquia ter sido assinado em 2020. O Público noticiou, na edição de 26 de outubro, que a autarquia de Caminha fez um “adiantamento duvidoso” de 300.000 euros para o projeto em questão, autorizado pelo agora secretário de Estado Ajunto do primeiro-ministro, quando liderava aquele Município. O periódico referia que o pagamento foi feito pela autarquia em março de 2021 a uma empresa desconhecida e associada ao empresário Ricardo Moutinho, um investidor com um alegado currículo falsificado. O semanário Expresso, a 28 de outubro, noticiou que a empresa em questão, a Green Endogenous, S. A., faz parte de um grupo de investimento que foi “criado na hora”.

“Este caso existe por duas coisas: primeiro, porque sou secretário de Estado do primeiro-ministro. Há uma prova irrefutável, que é o facto de este caso ter acontecido há dois anos com absoluta transparência e visibilidade e só agora ter vindo a público. Mas, naturalmente, há um certo preconceito relativamente a quem está em funções fora daquela corte natural, fora daquele conjunto de pessoas mais associadas à tal bolha mediática, e existe, também, um certo preconceito com Caminha. Como se Caminha não merecesse um centro de exposições transfronteiriço, como se Caminha não tivesse o prestígio suficiente para ter um centro de ciência e tecnologia. Há um preconceito associado a isto. Mas há, também, uma suspeição, que foi lançada através de uma primeira notícia, que não aponta uma única ilegalidade ou irregularidade, mas apenas a sensação de um jornalista de que há um comportamento duvidoso por parte do presidente da Câmara de Caminha e da Assembleia Municipal”, explicou na entrevista. 

Miguel Alves referiu ainda que primeiro esclarecimento devia ser “da Câmara Municipal de Caminha, que o deu na última quarta-feira, de forma cabal”. “A minha primeira pronúncia não foi aqui, foi junto da PGR, através de carta, onde juntei a minha disponibilidade para prestar o meu esclarecimento a qualquer momento sobre o inquérito que foi aberto a propósito desta situação”, acrescentou. 


O secretário de Estado assegurou ainda que “este enredo de insinuações e suspeições, acabam por prejudicar e atacar a sua credibilidade”, mas garante que deu nota a António Costa do que se estava a passar e recebeu do chefe do Governo “toda a força necessária”. “A confiança do primeiro-ministro está implícita no facto de estar presente no Governo. No dia em que não tiver a confiança, sei que terei de voltar à minha vida. Que a minha credibilidade e imagem estão afetadas, sim. Neste momento, admito que a generalidade dos portugueses não me conheça. Eu tenho uma vida pública que prestou contas ao longo de todos estes anos, mas a generalidade talvez não conheça um autarca que vem do Norte, de Caminha. Isto quer dizer que esta narrativa de suspeições veio criar um anátema e, provavelmente, 90% das pessoas entendem que sou um tolo ou um bandido. E eu não sou um bandido nem um tolo”, finalizou. 

c/TSF e JN

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Liliana Oliveira
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