Ministra anuncia programa de 7ME para combater abandono do Ensino Superior

A Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, anunciou esta sexta-feira durante o seminário “Sucesso académico e prevenção do abandono no ensino superior”, na Universidade do Minho, o lançamento do Programa de Combate ao Insucesso e ao Abandono no Ensino Superior.
O projeto apresentado pelo Governo tem uma dotação de 7 Milhões de Euros do Fundo Social Europeu e é financiado pelo Programa Operacional Capital Humano. O objetivo passa por estimular o desenvolvimento de mecanismos de apoio à integração académica dos novos estudantes e promoção do seu sucesso.
Em média, nos países da OCDE, 21% dos estudantes de licenciatura abandona o ensino superior. Em Portugal, esse valor é de 12%. Já quando falamos de alunos que abandonam o ensino superior antes do início do segundo ano, a média baixa para os 12% na OCDE e 8% em Portugal. Contudo, uma vez que o país quer atingir os 60% de jovens a frequentar o ensino superior em 2030, é premente agir para diminuir este fenómeno.
De acordo com a Ministra que tutela a pasta do Ensino Superior, este era o passo que faltava dar, apoiar projetos de mentorias e tutorias.
Estão elegíveis para este apoio instituições de ensino superior das Regiões de Convergência (Norte, Centro e Alentejo) com mais de 2 mil estudantes e que estejam já a concretizar projetos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência ´Impulso Jovens STEAM e Impulso Adultos`.
O período de candidaturas será entre 31 de outubro e 29 de novembro. Um espaço temporal considerado “curto” pelo pró-reitor para a Avaliação Institucional e Projetos Especiais, Guilherme Pereira, que garantiu, aos microfones da RUM, que a UMinho irá candidatar os seus três projetos: Tutorias por Pares, Mentorias e Mentorias Internacional, que irá arrancar este ano letivo com alumni com experiências profissionais fora de portas.
A Ministra do Ensino Superior revelou que serão considerados como indicadores de resultados as taxas de renovação de inscrições no final do ano letivo e o aumento do número médio de créditos realizados.
O financiamento para cada projeto poderá rondar os 200 a 600 mil euros dependendo do número de estudantes da instituição de ensino superior. No caso de contar com mais de 15 mil alunos o valor máximo a atribuir são os 600 mil euros. O número mínimo de 2 mil alunos dará acesso a 200 mil euros.
Todas as instituições elegíveis a este apoio serão contactadas para uma reunião que pretende apoiar as academias na realização de candidaturas a este novo mecanismo.
No dia 31 de outubro, segunda-feira, será também apresentado o Orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior para 2023.
Reitor da UMinho defende maior apoio social aos alunos do ensino superior.
O reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, defende ser fundamental que o país garanta apoios sociais aos estudantes que ingressam no ensino superior. As palavras foram proferidas na sessão de abertura do seminário, que teve lugar no A1, em Gualtar, esta sexta-feira.
No discurso de abertura, o responsável máximo da instituição minhota frisou a premência de alargar o recrutamento de estudantes, nomeadamente através de pós-graduações, mas também analisar e trabalhar no sentido de diminuir o número de alunos que desistem do ensino superior por motivos económicos ou sociais.
Em jeito de resposta, a Ministra avançou que este ano, pela primeira vez, no final do primeiro mês de aulas foram atribuídas e pagas quase 42 mil bolsas a estudantes bolseiros.
São várias as universidades que já estão a desenvolver projetos neste sentido como são exemplo a UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Universidade do Porto e o IPCA.
As respostas podem passar pela monitorização do percurso do estudante nas várias unidades curriculares ou através de variáveis como estado civil, distancia a que está da instituição, se é bolseiro ou não e se necessita desse apoio ou pelo facto de ser aluno estudante e não detém o estatuto.
Na ótica do secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Teixeira, é essencial acompanhar o percurso dos alunos e não apenas olhar para os números recorde no início de cada ano letivo. Em jeito de provocação, o responsável defende que as academias não podem continuar a ter investigação no patamar de “estrela Michelin” e um ensino ao nível da “ASAE”.
